No momento atual, percebe-se que ainda há muita resistência dos educadores quanto ao uso da tecnologia como aliada à metodologia educacional.

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O professor deve encarar a tecnologia como um instrumento de auxílio na aprendizagem, cujo papel deve ser de algo que venha a ajudar no processo do conhecimento.

A tecnologia atualmente está muito próxima dos nossos alunos, não dá para negar a multimídia que os rodeia em situações as mais diversas: o cartão do banco, a pesquisa pela internet, a lousa eletrônica, o cartão para pagar a tarifa do ônibus, o computador, a transmissão de aulas via satélite, conteúdos apresentados em Power Point, os jogos eletrônicos, que, segundo Stephen Kanitz, "são uma ótima forma de estimular o cérebro da criança ou do adolescente, além de ensinar planejamento, paciência, disciplina, e raciocínio".

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Todo esse material, no entanto, não seria bom em si, se quiséssemos refletir em termos de educação. Dependeria do modo como o utilizássemos. Para isso, o professor e as escolas deveriam estar muito bem preparados. Mas estudos da Unesco sobre os educadores (Revista Época 8-11-04) nos revelam que as características dos profissionais da Educação – da maioria não de todos – são as seguintes: não lêem, não estudam, não participam de congressos, palestras, seminários, cursos e não pesquisam na internet. Se a Unesco está correta, a internet serve muito pouco aos professores embora traga muita informação a respeito de todos os assuntos.

Um estudo mundial sobre educação comprova que computadores melhoram o desempenho dos alunos. Pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) (Revista Época 24-4-06) revela como a tecnologia deve ser aplicada em Educação. A primeira constatação é que não basta ter máquinas à disposição dos alunos. É preciso orientá-los, e o professor deve estar preparado para essa função. O estudo mostra que o desempenho em matemática e leitura melhora quando os alunos usam softwares educacionais pelo menos uma vez por semana.

Países como os Estados Unidos, a Austrália e a Coréia do Sul têm um computador para cada três alunos nas escolas. O Brasil, segundo esse estudo, oferece em média um computador para 50 alunos, revelando, assim, como o ensino por aqui está ainda defasado.

Segundo Sérgio Amaral, professor da Unicamp, coordenador do Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação, "o bom uso do computador transforma o ambiente educacional. Dá ao aluno um conteúdo que o professor seria incapaz de trazer para a sala de aula. Rompe com o modelo tradicional de ensino, que se caracteriza por um professor falando e alunos tomando nota. O conhecimento passa a ser produzido em conjunto, e a reflexão dos estudantes ganha importância".

Atualmente, pode-se afirmar que não é mais possível pensar a escola sem o computador, mas o questionamento maior é: como aproveitar a novidade para melhorar o ensino?

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Professores ainda percebem essa transição com receio. A esse respeito, Lourdes Atié declara: "O professor sente medo porque nasceu em uma geração que o torna imigrante da tecnologia, enquanto as novas gerações são nativas. Por isso, precisa ter humildade para aprender com os mais jovens." Márcia Blasques, do portal klickeducação, afirma: "No mundo da informação, o papel do professor é ensinar os alunos a buscá-la. O professor deixa de ser informador, passa a ser formador. A chave está em ensinar os alunos a crescer na era da informação".

O computador deve fazer da educação um momento construtivista, em que professores e alunos aprendem juntos.

Deve-se, no entanto, considerar nossa verdadeira situação, nem todas as escolas possuem uma rede de internet, e poderíamos acrescentar que ainda existem escolas sem professores, temos que admitir que essa é uma verdade que não pode ser omitida, mas sim denunciada e combatida. O professor brasileiro convive, na sua maioria, com a falta de dinheiro para comprar livros, revistas, jornais, para efetuar estudos e pesquisas, desenvolver treinamentos no aprendizado de novas tecnologias educacionais. Portanto, ainda temos um longo caminho a percorrer, sem deixar de pensar que, no âmbito da educação, as transformações são necessárias e urgentes. Saviani diz que "a educação hoje já não pode mais manter-se somente como acadêmica ou profissionalizante, por isso necessitamos de professores que conheçam o sistema produtivo e principalmente as inovações tecnológicas".

Elinor Eschholz Ribeiro é mestre em Educação, professora aposentada da UFPR e professora na Uniandrade.