Iniciamos agora mais um mês inteiramente dedicado à prevenção e à promoção da saúde do brasileiro. Desta vez será o Abril Marrom, um esforço de entidades médicas, centros hospitalares e governos com o objetivo de minimizar os graves efeitos provocados pela perda da visão. E o foco principal, pelo menos no Paraná, será o glaucoma.
Não poderia ser diferente: a doença é um desafio à medicina. É a segunda causa de perda da visão – mas, ao contrário da catarata, que lidera o ranking, o glaucoma é irreversível. E isso se deve ao fato de o glaucoma ser silencioso. Quando surgem os primeiros sinais, o risco de o paciente ter importante perda da visão é iminente e definitivo.
Resumidamente, a doença surge quando o nervo óptico (uma espécie de fio telefônico com mais de 1 milhão de fibras) começa a apresentar danos. A informação deixa de percorrer de forma correta o trajeto entre o olho e o cérebro. De maneira gradual, lenta e imperceptível, surgem “pontos cegos”, que só serão percebidos depois de um dano considerável. Quando todo o nervo é destruído, ocorre a cegueira.
Estima-se que, no Brasil, 70% dos portadores não estejam em tratamento
Muitas pessoas nem sequer sabem o significado da palavra “glaucoma”. Sem o acompanhamento oftalmológico adequado, a sua prevalência assusta e desafia. A cada ano, surgem 2,4 milhões de novos casos. A estimativa atual é de que existam 70 milhões de portadores. Até 2020, com a maior longevidade da população, a expectativa é de que 80 milhões a desenvolvam. Negros, asiáticos e pessoas com mais de 40 anos estão entre os grupos de risco.
Bebês também podem ser acometidos pela perda da visão provocada pelo glaucoma. A doença, conhecida como glaucoma congênito ou pediátrico, acomete um a cada mil bebês. É rara, mas seus sinais são bastante evidentes. Está relacionada ao histórico familiar, razão pela qual o diagnóstico e tratamento precoces, nesses casos, são fundamentais.
No Brasil, onde parcela significativa da população não tem acesso a serviços básicos de saúde, os indicadores relacionados ao glaucoma são desfavoráveis, comparativamente a países mais desenvolvidos. Estatísticas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontam para um total de 1 milhão de vítimas da doença. Ainda de acordo com o CBO, estima-se que 70% dos portadores não estejam em tratamento.
Poderia ser diferente. A medicina evoluiu nos últimos anos, especialmente na área da oftalmologia. Exames de diagnóstico de última geração, novos colírios destinados a reduzir a pressão intraocular (um dos vilões da doença) e modernas cirurgias a laser entraram na rotina dos principais centros médicos do país. O cuidado integral e personalizado, empregando essas tecnologias e, acima de tudo, o saber do médico, poderia permitir ao paciente levar uma vida normal.
No glaucoma, assim como em várias doenças da visão, descuidos não são admissíveis. Por isso, começa a surgir no Brasil uma rotina de tratamento já implantada em outros centros do mundo, cujo conceito é prestar o atendimento individualizado ao paciente em apenas um local, com completa infraestrutura, aparelhos de última geração, cirurgias avançadas e equipe especializada à disposição, para que ele tenha acesso à atenção integral. Tal conjunto de fatores tem por objetivo propiciar a plena fidelidade ao acompanhamento. Garantir ao paciente enxergar, com a ajuda da medicina, o que não consegue visualizar com os próprios olhos. Simboliza oferecer ao portador a manutenção da sua qualidade visual e, consequentemente, resgatar o seu bem-estar e inserção social.
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