Abrimos o tradicional período de invasões de propriedades, que faz parte do calendário de atividades do MST, organização que insiste em desafiar a lei, a justiça e a ordem. Mas eu não vim aqui falar sobre destruição. Estou aqui para enaltecer o verde da soja, o amarelo do milho, o marrom do café, o branco do algodão e tantas outras tonalidades que compõem a paleta de cores do agronegócio.
Para os verdadeiros produtores rurais, todos os meses servem para mostrar o quanto eles são imprescindíveis para a economia deste país. Somente nos últimos 33 anos, a produção de grãos no Brasil cresceu 429%, enquanto a área plantada aumentou 108%.
Nestas últimas três décadas, o agronegócio tem sido a âncora da economia brasileira, cuja participação no Produto Interno Bruto (PIB) é de 24,8%. Juntas, a produção agrícola, a agroindústria, o transporte, a distribuição e a comercialização de produtos empregam cerca de 20 milhões de trabalhadores, algo em torno de 20% do mercado de trabalho do Brasil.
Nossa balança comercial só é positiva graças à comercialização dos nossos produtos agropecuários, que ocupam as prateleiras dos supermercados ao redor do mundo. Para quem não sabe, o Brasil é o maior exportador global de commodities agrícolas, como soja, milho, café, carne bovina, aves, açúcar, papel e celulose. Em 2023, nosso superávit foi de 99 bilhões de dólares, mas o do agronegócio foi bem maior, 150 bilhões de dólares, porque os demais setores (indústria e serviços) foram deficitários em 51 bilhões de dólares.
Esse verdadeiro milagre diário é realizado em apenas 9% do território nacional, ou nos 72 milhões de hectares de áreas cultivadas. Hoje, o Brasil sozinho alimenta cerca de um bilhão de seres humanos. Esse protagonismo mundial levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a admitir que teremos que ampliar em mais de 40% a oferta de alimentos para atender ao crescimento da população mundial, que deve passar dos atuais 7 bilhões para mais de 9 bilhões de habitantes em 2050. Se você tomou café, almoçou ou jantou no dia de hoje, agradeça ao produtor rural. Isso também vale para as lideranças do MST.
Luciano Zucco é deputado federal pelo PL-RS e presidente da Frente Parlamentar Invasão Zero (FPMIZ).