Nos últimos anos, no mês de setembro, diversas instituições têm se pronunciado com mais ênfase acerca da importância de se falar sobre o suicídio, a fim de prevenir o maior número possível de casos. A situação é preocupante: só no Brasil, 32 pessoas dão fim à própria vida por dia, segundo dados do Ministério da Saúde, sendo o oitavo país com maior taxa de suicídios no mundo. Um em cada três brasileiros que se suicida tem álcool no sangue. Cinco a dez por cento das pessoas dependentes de álcool terminam suas vidas pelo suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. A OMS prevê que nove em cada dez casos de suicídio podem ser evitados com oferta de maior suporte e apoio.
É de particular preocupação o fato de que há uma forte associação entre uso abusivo de álcool (principalmente) e depressão, que, por sua vez, está associada com risco elevado para suicídio. No mês em que se lembra a todos sobre a importância de se falar abertamente sobre este tema, também devemos falar sobre os sentimentos individuais de desesperança e tristeza, bem como sobre os diversos determinantes de risco e de proteção ao suicídio.
É possível prevenir o suicídio por meio de uma atitude aberta e receptiva e pela oferta de ajuda especializada
É possível prevenir o suicídio por meio de uma atitude aberta e receptiva e pela oferta de ajuda especializada para pessoas em risco para tanto. Em virtude de a maior parte dos casos estar relacionada à presença de transtornos de saúde mental, defendemos a oferta constante de serviços adequados para a prevenção e o cuidado àqueles vivendo este sofrimento.
O uso abusivo de substâncias psicoativas em nossa sociedade tem diversas causas, que decorrem não apenas das relações pessoais e/ou familiares conflituosas, mas também da relação do Estado com os cidadãos. Desta forma, reafirmamos nosso compromisso em facilitar o diálogo entre o poder público e a sociedade civil, para o enfrentamento de tais dificuldades.
É por meio do compromisso e da divisão de responsabilidades entre todos (indivíduos, famílias, sociedade e Estado) que poderemos diminuir o acentuado número de suicídios, igualmente pela oferta de apoio para aqueles em sofrimento e pela luta por adequados e dignos serviços públicos que possibilitem melhores condições de vida a todos, aproveitando assim a contento nosso potencial como sociedade e país.
Afinal, a vida saudável é o bem maior que se pode ter. Essa é a proposta de reflexão e mudança de atitude da campanha “Setembro Amarelo”, que deve ser concretizada por todos.
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