| Foto: Felipe Lima

Essa é a pergunta repetida com insistência por milhões de brasileiros de todas as classes sociais e preferências políticas, especialmente neste limiar do ano de 2018, em que haverá a realização de eleições gerais (deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República), em mais uma rodada do ciclo de eleições diretas e democráticas.

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Pela inegável importância das eleições gerais de 2018, quando cidadãos aptos a votar terão o privilégio de escolher representantes nos parlamentos estaduais e no Congresso Nacional, além de governadores e presidente da República, acresce o significado do voto de cada cidadão, das praias do Atlântico às longínquas fronteiras com os países sul-americanos, da Floresta Amazônica aos extensos pampas do Rio Grande.

A recente perturbação política que se estende por mais de três anos e trouxe perdas incalculáveis ao setor produtivo (indústria, comércio e serviços), à mercê das altas taxas de juros, do fechamento de milhares de empresas e o desemprego de milhões, da recessão e da inadimplência – entre outras mazelas –, é um cenário remanescente da crueldade pela qual ninguém se responsabiliza, mas que cobrou elevado tributo de grande parte da população.

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O país requer reformas urgentes em determinados aspectos superados de sua estrutura administrativa

Somente nessas últimas semanas começamos a perceber sinais ainda tímidos da retomada do crescimento da economia e da reabertura dos postos de trabalho, de queda da inflação e dos juros.

Por se tratar de ano eleitoral, é óbvia a suposição de que em 2018 haja o recrudescimento da movimentação dos principais blocos partidários, em busca de posições confortáveis na estrutura do poder, sem a devida correspondência em termos da ética e transparência nas negociações, que na maioria das vezes nada mais são que negociatas que deixariam cobertos de vergonha os mal-intencionados mercadores da honra.

Diante desse quadro que pode ser ainda mais grave, torna-se urgente a reação organizada da sociedade em abarcante campanha de esclarecimento da opinião pública para os riscos iminentes e altamente deletérios advindos de escolhas inadequadas nas urnas eletrônicas.

Foram poucas as vezes em que a cidadania foi chamada a participar de uma eleição de tamanha relevância como a de outubro vindouro, para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito, assim como para a preservação das garantias individuais, liberdade de expressão e iniciativa empreendedora, entre outras conquistas civilizatórias. O Brasil não mais pode expor-se à incerteza do retrocesso institucional, mesmo porque já pagou alto preço para ostentar instituições republicanas respeitáveis na defesa da Constituição e da ordem jurídica.

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Não obstante, o país requer reformas urgentes em determinados aspectos superados de sua estrutura administrativa, além da atualização de conceitos arcaicos. Tais realidades da vida nacional também passam pelo voto consciente em 2018.

Aí estão os exemplos gritantes das relações de trabalho, da Previdência Social e do próprio sistema tributário que concentra impiedosamente os recursos arrecadados nos cofres da União, em detrimento da carência dos estados e municípios onde a renda é efetivamente gerada, temas recorrentes na agenda de prioridades da Associação Comercial do Paraná, que durante todo o período de instabilidade econômica esteve em defesa da rentabilidade dos empreendimentos.

Mais que escolher parlamentares e governantes dignos da confiança popular, cujo compromisso com as futuras gerações seja evidência plenamente reconhecida, o eleitor deverá estar atento à folha criminal e de serviços prestados à coletividade pelos candidatos que se aventurarem a pedir votos. Somente agindo com esse discernimento cívico o eleitor estará apto a responder se meramente se contenta com o ano novo, ou se efetivamente aspira por um novo ano.

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Gláucio Geara, empresário e ex-secretário da Fazenda do Paraná, é presidente da Associação Comercial do Paraná.