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Após 100 dias, governo acerta ao acenar para economia sustentável

Amazônia
Pecuária na Amazônia (Foto: João Laet / AFP)

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Completando 100 dias de governo, o governo Lula enfrenta uma série de questionamentos e disputas em torno do novo arcabouço fiscal e as diretrizes econômicas dos próximos quatro anos. Já na agenda do desenvolvimento sustentável o quadro é mais promissor, trilhando caminhos já antecipados pelo relatório da equipe de transição governamental.

O atual governo pretende incentivar a transição para uma economia de baixo carbono, estimulando investimentos privados em fontes renováveis de energia, como eólica, solar e biomassa, transporte e agricultura mais sustentáveis. Há também uma prioridade regional para o Norte e Nordeste, iniciativa importante para enfrentar os desafios históricos de desenvolvimento dessas regiões e reduzir as desigualdades regionais.

Do ponto de vista regional, o desafio agora é apoiar os municípios a desenvolver políticas e estratégias econômicas que possam preparar os municípios e suas economias para uma nova geração de atividades econômicas. Os planos de recuperação econômica anunciados pela Europa e Estados Unidos nos últimos anos foram referências importantes, entre elas um pacote de trilhões de dólares para investir em energia renovável, modernização da infraestrutura de transporte e na eletrificação da frota de veículos.

Além de medidas e investimentos para provocar mudanças na produção e no consumo, a União Europeia irá incentivar a inovação e o desenvolvimento de tecnologias limpas, além de estabelecer medidas para garantir que a transição para uma economia mais sustentável seja justa e inclusiva, protegendo os trabalhadores e as comunidades que serão afetadas pelas mudanças econômicas e sociais.

No Brasil, uma área especifica foi criada no Ministério de Minas Energia para o tema da transição energética. O BNDES se prepara para começar a financiar projetos nessa direção e o Ministério das Cidades já apresentou posicionamento na direção da descarbonização do transporte e o incentivo à mobilidade ativa, conceitos que vão na direção de uma nova visão de cidade.

A “transição justa” para uma economia sustentável e com impacto neutro no clima exigirá esforços e investimentos substanciais. No Brasil, o desafio se soma ao esforço de adaptação ao quadro de reorganização das cadeias produtivas globais e de adaptação do capital humano à nova realidade da economia, intensiva em conhecimento.

Sergio Andrade é mestre em Gestão e Políticas Públicas, especialista na rede do Fórum Econômico Mundial e diretor executivo da Agenda Pública.

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