O e-learning, ou aprendizado eletrônico,, vem ganhando cada vez mais destaque e popularidade em todo o mundo. Em resumo, é um conceito de ensino-aprendizagem não presencial para interação e compartilhamento de materiais que pode beneficiar tanto quem está na posição de aluno quanto quem está disponibilizando conteúdos.
Os números a seguir podem dar um panorama de quanto o aprendizado eletrônico, vem crescendo consideravelmente, principalmente após a pandemia de Covid-19. De acordo com dados da GlobeNewswire, o mercado global de e-learning deve atingir a impressionante marca de US$ 457,8 bilhões até 2026, impulsionado pelo rápido avanço da tecnologia e pela demanda crescente por flexibilidade e acessibilidade no aprendizado de todos os tipos. Além disso, é fato que as instituições vêm reconhecendo os benefícios do modelo, como redução de custos e a capacidade de alcançar um público diversificado em termos de localização geográfica e ritmo de aprendizado.
A abordagem é popular atualmente e surgiu no final do Século XX, quando a internet se tornou acessível para a maioria das pessoas. Ao longo dos anos, o formato de aprendizagem evoluiu para se adaptar às mudanças tecnológicas e de contexto da nossa sociedade, focando na personalização do aprendizado e na integração de ferramentas colaborativas. Passamos da distribuição de conteúdo em meios não digitais em livros impressos como as enciclopédias para outros formatos mais condizentes com o consumo de cada época, a iniciar pelo CD-Rom. Hoje, a partir de toda a conectividade que vivemos, temos um ecossistema vivo, com trocas instantâneas e atualizações quase que em tempo real.
No âmbito educacional, a variedade de ofertas de e-learning é vasta, apresentando uma ampla gama de qualidade de conteúdo. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo de nossa capacidade de pesquisar, filtrar e selecionar com sabedoria aquilo que realmente nos beneficia, enriquece e contribui para nosso aprendizado (e também dos nossos estudantes). Afinal, acessar e aproveitar o modelo requer de nós, usuários, uma postura ativa, onde somos responsáveis por discernir entre o conteúdo relevante e confiável, e aquele que pode ser uma opinião enviesada ou estar desatualizado. Por isso, enfatizo que é necessário estabelecermos critérios sólidos para a escolha correta e termos em mente qual nosso real objetivo com aquele aprendizado. Podemos extrair o máximo proveito das oportunidades do modelo de ensino, mas é preciso estarmos atentos de onde vem o conteúdo.
A famosa frase “não tenho tempo” está ultrapassada para quem quer se qualificar e fortalecer o currículo. A modernidade e os avanços da tecnologia nos permitem ampliar o conhecimento de qualquer lugar, em qualquer horário. Basta que a necessidade bata à porta. Agora, mais do que nunca, temos a oportunidade de aproveitar a flexibilidade oferecida pelo modelo para impulsionar nosso crescimento pessoal e profissional, afinal o e-learning possui todas as características de uma sala de aula, com sistemas que possibilitam a comunicação de estudantes e educadores, podendo se tornar um momento de grande troca de experiências.
Entre os muitos benefícios, traz a comodidade de estudar, aprender e ensinar em tempos e espaços diferentes de construção. É possível ter aulas síncronas, assíncronas e em diferentes plataformas. É um novo tempo, um novo momento e ritmo de vida e isto requer novos modos de se fazer as coisas. E sim, podemos dizer que o modelo é uma inovação porque inova a forma como criamos e disponibilizamos conteúdos. A facilidade de estudar no seu próprio tempo amplia o alcance de pessoas que antes não o conseguiriam fazer por conta de horário.
E não encerra nessa camada. Hoje, ao alcance de poucos cliques, professores e alunos podem - por meio de plataformas e ferramentas que funcionam nos mais variados dispositivos e sistemas operacionais - compartilhar seus conteúdos para que todos saiam ganhando.
Por um lado, a dinâmica facilita a rotina do docente e libera tempo na sua carga horária para que possa otimizar o seu papel. Enquanto facilitador do aprendizado, ao contar com soluções que encurtam tempo de avaliação dos estudantes e encontrar na palma da mão conteúdos prontos e criados por um time editorial focado em educação, eles encontram um meio de orientar cada indivíduo que compõe sua sala de aula por uma trilha personalizada de conhecimento. Por outro, os alunos tendem a se sentir mais motivados por meio do aprendizado eletrônico com recursos adequados para sua faixa etária e que conversam de forma mais próxima com as suas preferências e desafios particulares. Toda essa possibilidade de colaboração e interação, gera conveniência, além de promover aprendizagem mais rápida. De acordo com uma pesquisa realizada pela Brandon Hall, o ciclo de aprendizagem através do aprendizado eletrônico, é de 25% a 60% mais rápido quando comparado com o sistema tradicional.
Os professores de ensino fundamental e médio estão atarefados com suas turmas, pesquisando conteúdo, corrigindo provas e planejando aulas. O e-learning pode ser uma ótima alternativa para capacitar esses profissionais sem que haja prejuízo para suas tarefas diárias. Mas como selecionar o melhor conteúdo para o docente? Como fazer com que as horas de estudos num ambiente virtual corroborem para a qualificação profissional e melhor performance em sala de aula? O que é preciso para começar?
É necessário colaboração para a construção do conhecimento e por isso se faz necessário integrar a sala de aula com o ambiente externo, rompendo as barreiras físicas e temporais. E a área de tecnologia educacional pode potencializar essa conexão, pois é a responsável por proporcionar a infraestrutura e os requisitos necessários para implementar com sucesso as soluções digitais no processo educacional, promovendo a inovação e o acesso equitativo à educação, e quem vai, de fato, viabilizar o e-learning para a comunidade.
Mas há de se investigar o perfil profissional que desejamos, avaliar o desempenho dos profissionais e cruzar estes dados para que tenhamos a melhor análise. Costumo afirmar que decisões tomadas com base em dados geralmente alcançam o êxito esperado. Definido o perfil desejado versus o perfil que possuímos, vamos navegar no mar das infinitas possibilidades do modelo. É importante saber quais cursos e aprendizagens são essenciais para mudança de postura, comportamento e/ou ampliação de conteúdo. Apostar em cursos livres, com renomadas instituições ou mesmo criadores de conteúdo são excelentes estratégias para iniciar um processo de capacitação em serviço.
Também, iniciar com cargas horárias menores, afinal o aprendizado eletrônico pode não ser um lugar de conforto para todos por um longo período de tempo. Entender o contexto de cultura digital também é importante, começando devagar e depois ampliando aos poucos a oferta. Existem boas opções com baixo investimento. Mas o mais importante: sempre vale a pena investir na valorização e formação profissional docente.
Lori K. Lynch é vice-presidente de Desenvolvimento Profissional da Britannica Education.
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