| Foto: Antonio Costa/Arquivo Gazeta do Povo

Quando se fala em Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), principalmente obesidade e hipertensão, é preciso levar em conta toda a implicação que esses fatores têm na vida do trabalhador da indústria. O Brazil-US Business Council, organização que se dedica ao fortalecimento das relações econômicas e comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil, estima que no Brasil, até 2030, os casos de absenteísmo, presenteísmo e aposentadoria precoce causados por doenças crônicas atinjam perdas de 8,7% do PIB. E, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2013, 45,1% dos entrevistados reconheceram ter pelo menos uma DCNT, sendo a Região Sul do país a de maior prevalência, com 52,1% dos casos.

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Entre as DCNT, a hipertensão arterial é a de maior incidência, com 21,4%. Ela é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Também responde por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e de absenteísmo no trabalho. A obesidade e o excesso de peso acarretam, segundo uma pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, em oito dias de faltas no trabalho por ano, em comparação aos três dias de faltas de quem tem o peso normal.

Em cuidados médicos anuais, um obeso custa US$ 1,4 mil a mais que uma pessoa com peso normal

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Os dados são expressivos e comprovam que, em cuidados médicos anuais, um obeso custa US$ 1,4 mil a mais que uma pessoa com peso normal, sendo que a redução de apenas 10% do peso resulta em ganhos de produtividade para a empresa.

A partir desse cenário, ganham importância os programas colaborativos de redução de peso, que confirmam um retorno de US$ 5 para cada US$ 1 investido. Contar com colaboradores mais saudáveis e aptos a exercer suas funções permitirá que melhores indicadores sejam alcançados. Ganha proporção, também, a conscientização dos trabalhadores à adoção de um estilo de vida ativo e saudável, com o intuito de combater os fatores de risco das DCNT. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “os principais fatores de risco para as DCNT são atividade física insuficiente, uso do tabaco, uso nocivo do álcool, colesterol alto e alimentação inadequada”. Podemos também considerar má saúde mental e baixa qualidade de sono como questões relevantes nesse processo.

A alimentação saudável é um importante fator de prevenção das doenças crônicas não transmissíveis. Um estudo da Organização Mundial de Saúde aponta que o consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras – o que corresponde a um consumo diário inferior a 400 gramas ou cinco porções por pessoa – provoca anualmente, no mundo todo, 2,7 milhões de mortes, 31% das doenças isquêmicas do coração, 11% das doenças cerebrovasculares e 19% dos cânceres gastrointestinais.

Leia também:Combate à obesidade, parceria entre governo e sociedade (artigo de Caetano Marchesini, publicado em 11 de outubro de 2014)

Rechaçar tais fatores são aspectos determinantes para uma prevenção eficaz às DCNT. No Paraná, o Sesi, com o eixo de Prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, do Programa Cuide-se+, atua de forma incisiva na prevenção e redução das consequências das DCNT por meio de intervenções dinâmicas e participativas, envolvendo as áreas de educação física, nutrição, psicologia e enfermagem e buscando reduzir o impacto das doenças crônicas no setor industrial.

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A mudança nos hábitos de vida e o cuidado com a saúde, pelo aumento das atividades físicas, reeducação alimentar e uma melhora da saúde mental, são as melhores estratégias de redução de custos com saúde dos trabalhadores da indústria.

Eduardo Weigang de Campos é analista de Negócio do Sesi no Paraná.