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A Semana Global do Empre­endedorismo tem a grande missão de inspirar empreendedores ao redor do mundo. Com ações desenvolvidas em mais de 130 países, o evento mobiliza milhões de pessoas todos os anos. Em Curitiba, durante um dos eventos organizados pela Endeavor e pela Gazeta do Povo, vi um jovem senhor de 70 anos compartilhando um pouco da sua trajetória. Ronaldo Duschenes, fundador da Flexiv, relatou com muita leveza como construiu, após alguns fracassos, uma das empresas de mobiliário corporativo mais premiadas do Brasil.

Os números da empresa impressionam. Os prêmios que a empresa já recebeu também. Mas o que realmente chama a atenção é a capacidade de um homem à frente de uma empresa tradicional e já consolidada continuar olhando para a frente. Design centrado no ser humano, uma das correntes mais modernas da inovação, precisa estar no centro da estratégia para o crescimento dos negócios. Neste caso em especial, entender como as novas gerações trabalham e quais são os valores percebidos pelas pessoas para criar bons ambientes de trabalho foram pontos-chave para o sucesso.

Aliás, a discussão sobre as novas formas de trabalho tem aquecido o debate no mundo dos negócios. Trabalho móvel, trabalho remoto, equipes multidisciplinares, liderança horizontal, escritórios sem paredes, espaços compartilhados, ambientes informais. Enfim, são inúmeros os aspectos em transformação compondo o que vem sendo chamado de novas formas de trabalho. Em todos os debates, uma palavra parece muito comum: colaboração.

Ao redor do mundo, é possível ver grandes corporações preocupadas em construir escritórios onde as pessoas possam trabalhar e viver. Uma das premissas é facilitar a conexão entre as pessoas, gerar comunidade para facilitar a inovação. Há dois anos, o gigante de tecnologia Google lançou o projeto da sua nova sede em Mountain View, nos Estados Unidos. São 600 mil metros quadrados onde vão trabalhar mais de 13 mil pessoas. A grande inovação do projeto? Cada funcionário ficará a 2,5 minutos de distância a pé de qualquer outro. É um escritório feito para que as pessoas possam se encontrar. E possam trabalhar juntas.

Há poucos dias, 300 empreendedores de mais de 40 países se reuniram em Barcelona, na Espanha, durante a quarta edição da Conferência Europeia de Coworking. Os espaços de coworking são ambientes onde profissionais e empresas de diferentes setores compartilham escritório e, mais que isso, têm a oportunidade de criar conexões e ampliar os seus negócios. Em geral, a arquitetura dos ambientes é pensada para oferecer excelente infraestrutura de trabalho e, de quebra, facilitar a colaboração entre os profissionais.

No mundo todo, as empresas de coworking têm atraído a atenção de freelancers, startups, profissionais liberais e pequenas empresas. Durante a conferência, uma das grandes surpresas foi o crescente número de espaços atendendo a demandas de grandes corporações. Gigantes multinacionais que começam a alocar equipes inteiras em escritórios compartilhados com a missão de criar conexões com a nova geração de empreendedores e gerar inovações para garantir o futuro dos seus negócios. Corporações tradicionais tentando entender como as relações de comunidade e os ambientes de colaboração podem trazer tantos resultados. São os grandes aprendendo com os pequenos, o velho buscando referência no novo. Não tenho dúvida, são sinais de um novo tempo. E esse novo tempo precisa de novos escritórios.

André Pegorer, empreendedor, é fundador do Nex Inovação e Coworking, em Curitiba, e palestrante convidado na Conferência Europeia de Coworking.

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