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Assunção de Maria

Nas palavras de Isabel queremos hoje, também nós, exclamar em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre" (Lc 1,42), porque através da humildade de Maria Deus realizou e continua realizando grandes coisas. Nesta solenidade da Assunção de Nossa Senhora, que a Igreja celebra hoje, voltamos nosso coração de filhos àquela que é a morada do Verbo, a bem-aventurada, a plena de graça, a imaculada, a primeira discípula, a mãe do Salvador.

Na expressão "Maria pôs-se a caminho" (Lc 1,39) podemos compreender a síntese do seu sim à Palavra do Senhor que a impulsionou a ir ao encontro de Isabel. É um prenúncio da ressurreição, e por isso sua saudação é pascal, sinal da alegria expressada por João Batista no ventre de sua mãe. Em Isabel e no seu filho está representada toda a humanidade que espera ser visitada. É o encontro de caridade e de reciprocidade no abraço da esperança, da salvação prometida pelo Anjo à Virgem Maria.

Ela exaltou a grandeza de Deus no seu Magnificat, fazendo-se pequena porque é o Senhor quem deve crescer. Maria lê a história com os olhos de Deus, interpreta e vive aquilo que acontece segundo a Palavra, tornando-se, assim, bem-aventurada de geração em geração. Maria, a arca da Nova Aliança, foi assunta ao céu, imaculada e sem corrupção, de corpo e alma, porque "sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Rm 8,28).

Dentro do mês vocacional, hoje também recordamos todos os vocacionados – à vida consagrada, religiosos e consagrados seculares. Eles são chamados por Cristo e atraídos pela força do Verbo, e como Maria põem-se a caminho para levar ao mundo a alegria do Evangelho testemunhando essa fé através dos seus votos de pobreza, obediência e castidade. Daí surgem os frutos desse testemunho da vida consagrada: a generosidade, o desapego, o sacrifício, o deixar-se de si para dedicar-se aos outros. Para o papa Francisco, os religiosos e religiosas devem ser homens e mulheres capazes de despertar o mundo com um modo diverso de fazer, de agir e de viver. Com uma vida profética, nossos consagrados testemunham como Jesus viveu nesta terra e, como fermento na massa, a profecia anuncia o espírito do Evangelho.

Motivados pela presença de Maria, que pôs-se a caminho com seus filhos na Igreja de seu Filho, queremos reconhecer as grandes coisas que o Senhor fez através dos seus servos e servas consagrados, que disseram o seu sim e saíram pelo mundo como profetas do Reino. São inúmeras e talvez incontáveis as obras desses homens e mulheres que abraçaram a causa do Reino, e muitos dão a própria vida, como mártires em nome da fé.

Que Maria, assunta ao céu, acompanhe nossos religiosos e religiosas na diversidade dos carismas. Que eles possam promover uma maior comunhão da Igreja e perseverar com ardor profético em sua missão.

Redescubramos e atualizemos o canto do Magnificat. Cada um de nós, em Maria, carne e corpo de Jesus, pode reviver o Magnificat e repetir o canto da humildade e da gratidão, até quando um dia o nosso corpo for revestido de glória. A carne reflorirá: a Páscoa do Filho, a Páscoa de Maria e... a nossa Páscoa.

Dom Rafael Biernaski, bispo auxiliar e administrador diocesano da Arquidiocese de Curitiba

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