Esta é uma semana significativa para a rede municipal de ensino de Curitiba. Depois de meses de trabalho e de preparação, estamos aplicando a 21 mil alunos de 4.º, 6.º e 8.º anos de escolas municipais os primeiros testes do Sistema Municipal de Avaliação do Rendimento Escolar de Curitiba (Simare). Trata-se de um modelo próprio de avaliação de desempenho escolar, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação, e que começa a ser implantado com a aplicação de provas de História, Ciências e Geografia. Na edição seguinte, em 2016, os alunos serão avaliados nos componentes de Língua Portuguesa e Matemática.
O lançamento do Simare pode, eventualmente, suscitar questões sobre as razões da implantação de um novo sistema de avaliação. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que as turmas a serem avaliadas pelo Simare não são alcançadas pelos sistemas nacionais de avaliação de larga escala das escolas públicas, como a Prova Brasil, a Provinha Brasil e a Avaliação Nacional de Alfabetização. Nesse sentido, o Simare é fundamental para complementar o diagnóstico gerado a partir das avaliações nacionais.
Em segundo lugar, ter um modelo próprio de avaliação é condição para uma leitura quantitativa a respeito do que se ensina e do que se aprende, um panorama atualizado e preciso da rede em sua totalidade. O Simare não se limitará aos resultados das provas. Questionários contextuais estão sendo respondidos por alunos, profissionais da educação e representantes dos conselhos de escola. O sistema será complementado por indicadores sociais e educacionais, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e os dados do cadastro do Bolsa Família.
Do cruzamento de todas essas informações surgirá um amplo diagnóstico da rede municipal de ensino, a partir do qual serão feitas as intervenções necessárias para melhorar ainda mais a qualidade da educação e assegurar o que tem sido uma busca incessante da atual administração municipal: a equidade, ou seja, a garantia de que todos tenham o mesmo direito de acesso à educação, a mesma qualidade e as mesmas condições de permanência na escola.
O Simare não resultará em rankings de desempenho nem em comparações entre escolas. O objetivo é analisar a evolução de cada escola, entre uma avaliação e outra, levando em conta as diferentes realidades.
Já temos avançado bastante nesse sentido. A edição mais recente do Ideb mostrou que, das 179 escolas da rede municipal avaliadas, 100 superaram as projeções. Além disso, 104 escolas (60% do total) tiveram crescimento no índice em relação à edição anterior. A média geral da rede foi 5,9, muito perto de alcançar os 6,0 pontos obtidos como resultado pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O que pretendemos, porém, é superar a simples análise comparativa de números e ir além, preparando nossos estudantes para viver em uma sociedade baseada no conhecimento. O Simare é um passo importantíssimo nessa direção.
Roberlayne Borges Roballo é secretária municipal da Educação de Curitiba.
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