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Bíblia Sagrada.
Bíblia Sagrada.| Foto: JONATHAN CAMPOS/ Gazeta do Povo / Arquivo

O fato de a Bíblia ser considerada um livro sagrado não retira a possibilidade de realizar uma leitura do ponto de vista literário, histórico ou sociocultural. Ela apresenta diversos gêneros literários, tais como parábolas, salmos, histórias e poesia, sem falar nas figuras de linguagem que são encontradas nos diversos livros que a compõem.

Podemos, ainda, destacar o fato de ser repleta de textos que trazem ensinamentos éticos e morais, aplicáveis ao cotidiano da vida contemporânea. Além disso, o próprio conhecimento religioso disponibilizado é importante para que o leitor conheça outras culturas, ou seja, não se limita a um crescimento espiritual. Existem muitos estudiosos das religiões que fazem uma leitura técnica do texto bíblico e extraem inúmeros ensinamentos, fundamentais inclusive para a análise de religiões antigas e não cristãs.

Por ela morreram e ainda morrem muitos cristãos; afinal, o Evangelho é propagado através do sangue dos mártires.

Na Bíblia conhecemos a história dos chamados patriarcas – Abraão, Isaac e Jacó –, suas vidas e lições de fé. Acompanhamos histórias belíssimas, como a de José, um homem vendido pelos seus irmãos como escravo, que foi capaz de superar a dor da rejeição e transformá-la em perdão e bênção para sua família. Grandes personagens como Moisés, reconhecido como um grande líder nas três maiores religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo. Reis, profetas, homens e mulheres notáveis. Também na Bíblia encontramos a história de Jesus, considerado pelos cristãos como filho de Deus, que deixou lições lindas sobre o amor, a fé, a compaixão, a misericórdia e a esperança num reino de justiça e equidade para todos os homens.

Narrativas, poesias, leis, profecias. Violência, amor, ódio, traição, compaixão... ela mostra sentimentos humanos. Seus atores não escondem suas fraquezas e mazelas, mas apontam para a frente, para uma esperança futura capaz de mudar um presente de dor e opressão.

Pescadores, pastores, coletores de impostos, homens simples, oprimidos e rejeitados da sociedade tornaram-se referenciais para toda a humanidade. O que dizer de Pedro? Um simples pescador que foi capaz de enfrentar governadores e sacerdotes para defender sua fé. João, o apóstolo, nos faz vislumbrar ainda atualmente as belezas vindouras do post-mortem que espera aqueles que creem em Cristo. O apóstolo Paulo, com sua intrepidez, coragem, palavras ousadas e por vezes duras, de uma ética inexorável, nos ensina o caminhar ético diário nesta terra por vezes tão traiçoeira, para enfim guardarmos nossa fé quando a carreira aqui se encerrar.

A Bíblia traz uma coleção de obras – 66 para os protestantes e 73 para os católicos – que representa, para os cristãos, a palavra de Deus. Escrita por mais de 40 pessoas, num período de aproximadamente 1,5 mil anos se contarmos de Gênesis a Apocalipse, em três idiomas distintos (hebraico, aramaico e grego), em toda ela há a mensagem de salvação através de um homem, um messias. Recorrem a ela todos os tipos de pessoas, ricos e pobres, pessoas de todas as raças e povos, para buscar palavras de consolo e esperança, palavras de amor e salvação.

É o mais traduzido, lido e estudado livro da humanidade. Também o mais combatido e odiado por muitos. Por ela morreram e ainda morrem muitos cristãos; afinal, o Evangelho é propagado através do sangue dos mártires. Quanto mais a combatem, mais se espalha, mais se propaga sua mensagem.

Certo é que, crendo ou não que ela é a palavra de Deus, a Bíblia é um livro singular tal qual nenhum outro na história humana. E só há um jeito de conhecê-la: lendo.

Daiane Martins Batista é teóloga, pedagoga, mestranda em Educação e professora da Área de Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter. Sandra Morais Ribeiro dos Santos é teóloga, pedagoga, mestre e doutoranda em Teologia, e professora da Área de Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.

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