Não é segredo a aproximação ideológica e política entre o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No fim de novembro, os acenos norte-americanos saíram da informalidade virtual e vieram para o plano físico. Em visita à casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, um dos principais conselheiros de Trump, o assessor nacional de Segurança, John Bolton, permaneceu mais de uma hora em uma reunião a portas fechadas.
Antes mesmo do encontro, Bolton alegou que o Brasil viverá uma nova fase, considerada uma “oportunidade histórica” de aproximação entre os dois países.
Estamos presenciando um dos momentos mais auspiciosos para a relação entre Brasil e Estados Unidos, em especial na área da economia. Pela primeira vez em décadas encaramos dois países com discernimento sobre o potencial do livre comércio, se houver o devido alinhamento entre os dois governos.
Estamos presenciando um dos momentos mais auspiciosos para a relação entre Brasil e Estados Unidos
A relação comercial com os EUA já chegou a representar 26% do comércio entre os dois países, ao fim do governo de Fernando Henrique Cardoso. Atualmente o número está muito menos interessante, representando menos de 10%. Isso foi fruto de um trabalho muito bem feito, embora destrutivo, por parte dos gestores do Brasil ao longo desses últimos 16 anos, procurando tirar a capacidade exportadora de produtos de valor agregado do Brasil.
O conjunto de medidas dos últimos anos fez com que este comércio, que era muito rico, principalmente por ser então representado em mais de 70% por produtos semielaborados e industrializados, caísse, em sua grande maioria, no presente momento ao comercio de commodities.
De um lado, temos um Brasil que priorizará relações de comércio, tirando do primeiro plano as relações ideológicas hipervalorizadas no governo anterior. E, com esta visão macroeconômica e política, seguramente vamos ter, assim, um novo fluxo não apenas de abertura comercial, mas principalmente de investimentos.
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Por outro lado, encontramos os Estados Unidos ávidos em fazer bons investimentos. É o momento de enxergarmos que o Brasil tem uma mão de obra extremamente capacitada, um parque industrial que é referência e pode desenvolver ou complementar produtos originários da América. Temos ainda, os Estados Unidos que, ao longo de muitos anos, sempre viram no Brasil um grande parceiro, e tiveram por anos cerceada essa abertura de negócios, mas que já buscam fazer investimentos por aqui, já que estamos no fim de uma crise enorme, em uma situação extremamente favorável para novos investimentos.
A expectativa é de que iniciemos um novo ciclo de desenvolvimento no qual, finalmente, o Brasil pode colocar melhores produtos, com maior valor agregado e de maneira que nossa mão de obra, os nossos colaboradores das indústrias gerem um produto de maior valor agregado e possam receber mais por isso.
O Brasil está necessitado deste parceiro para globalizar as suas empresas, internacionalizar os seus negócios. Para aqueles que estão buscando desenvolver negócios, estudando as possibilidades de receber ou realizar investimentos, os Estados Unidos, nesta nova fase do Brasil que começa em 1.º de janeiro, será um parceiro desejoso da possibilidade de fazer negócios ao sul.
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Entre os fatores a serem considerados podemos destacar o princípio de que, atualmente, não há país melhor para estabelecer base internacional do que os próprios Estados Unidos, seja em função de sua nova regra tributária, em função do mercado interno de mais de US$ 20 trilhões, ou em função de um povo que gasta 72% do seu PIB apenas em produtos de consumo.
Por fim, o Brasil tem muito a ganhar, bem como outros países que fizeram acordos bilaterais com os EUA em termos comerciais – como foi o caso do Chile, que está sendo extremamente beneficiado por esta nova formatação. Visualizem as possibilidades de negócio entre os dois países, pois este será o futuro.
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