Ao me preparar para deixar o Brasil, são muitas as lembranças maravilhosas de pessoas e de lugares que vou levar na bagagem. Da minha casa em Brasília, sob o vasto céu azul do planalto, refleti muito sobre os últimos três anos e o que vi e aprendi ao explorar este país superlativo, múltiplo e lindo.
Na Cidade Maravilhosa, vivenciei a hospitalidade do carioca quando o Rio recebeu milhares de convidados do mundo todo para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Testemunhei o espírito esportivo dos competidores em muitos eventos nos quais os atletas brasileiros se destacaram e conquistaram corações. Vi os grandes avanços na infraestrutura, andei na nova linha do metrô com minha família e visitei a Praça Mauá totalmente renovada. Não posso deixar de mencionar a Copa do Mundo – assisti aos jogos do time norte-americano em Natal, Recife, Manaus e Salvador. Esses dois megaeventos foram exemplos de logística, organização e segurança.
Os megaeventos esportivos foram exemplos de logística, organização e segurança
No Cerrado, pude ver a incrível diversidade dos povos indígenas, quando 2 mil atletas de 24 etnias brasileiras e de 23 países se reuniram para os primeiros Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em outubro de 2015. Para os líderes das tribos norte-americanas, esse evento foi uma oportunidade para renovar os laços culturais entre os Estados Unidos e o Brasil. Em São Paulo, joguei futebol com um grupo de meninas da rede pública que está aprendendo inglês e liderança como parte do programa Estrelas do Futebol, do nosso consulado local. Por meio do esporte, celebramos a inclusão social, o empoderamento e os direitos das pessoas com deficiência.
A vastidão do Brasil é insondável. E a Amazônia é um exemplo disso. Fiquei deslumbrada com a natureza da região, como o encontro das águas e o balé dos botos cor-de-rosa, símbolos da biodiversidade singular do Brasil. Visitei o Parque Nacional de Anavilhanas e me encontrei com pessoas comprometidas em proteger esse tesouro mundial. É um orgulho trabalhar com o governo brasileiro para conservar essa região única e inesquecível.
A linguagem universal da música e da cultura une os nossos países. Fiquei emocionada com o primeiro concerto da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo nos EUA, fruto da parceria da Juilliard School e da Santa Marcelina Cultura. Em Belém, comemorei os 60 anos do Centro Binacional Brasil-EUA (CCBEU) ao som de acordes de jazz americano executados pela renomada Amazônia Jazz Band no Theatro da Paz. No Recife, assisti ao maestro Spok e Wynton Marsalis em uma emocionante versão jazz-frevo para comemorar os 200 anos do nosso consulado. Quando a Unidos da Tijuca anunciou que o seu enredo do carnaval 2017 seria a música americana, até arrisquei uns passinhos de samba! Em Minas Gerais, aninhado em suas pitorescas montanhas, visitei Inhotim, um dos complexos de arte contemporânea mais exuberantes e ousados do mundo, com o qual fizemos uma parceria para uma apresentação da renomada artista americana Candy Chang. Há alguns dias ouvi a Orquestra Sinfônica do Teatro Claudio Santoro de Brasília, sob a batuta de um maestro americano, tocar peças clássicas do repertório dos EUA.
Foi muito gratificante conhecer pessoas que realmente fazem a diferença para unir os dois países. Desde as interações com os conceituados diplomatas do Itamaraty, passando por visitas a startups de tecnologia em Porto Alegre, até reuniões em São Paulo, onde executivos americanos e brasileiros do grupo Mais Unidos levam a sério o compromisso com a responsabilidade social corporativa. Vi também o futuro promissor do Brasil nos inspiradores encontros que tive com dezenas de Jovens Embaixadores. Obrigada, Brasil; obrigada, amigos brasileiros por esses três anos extraordinários em seu belo e vibrante país. Sempre terei saudades.
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