Lutamos bravamente para deixar de lado os estigmas de uma sociedade subdesenvolvida. E não há melhor maneira de provar que somos grandes e capazes que por meio da educação. É ela quem proporciona a ampliação do conhecimento e o debate das ideias, aspectos tão fundamentais para que as mudanças ocorram em nossa sociedade.
Às vezes, torna-se mais fácil e até cômodo apontar apenas os problemas e defeitos do sistema educacional brasileiro. Não há, evidentemente, como ignorar as dificuldades enfrentadas tanto pelos estudantes quanto pelos docentes, que, desprovidos de uma estrutura adequada, acabam sendo irreversivelmente prejudicados. No entanto, ao contrário do que se pensa, temos ao nosso alcance ferramentas educacionais de qualidade ofertadas gratuitamente por programas do governo federal, mas que infelizmente são pouco conhecidas e utilizadas pela população. Apresenta-se nesse contexto um problema que não parte apenas do sistema, mas também daqueles que são os integrantes dele. É por isso que essas palavras voltam-se aos estudantes, que amanhã comemoram o seu dia, ocasião na qual é imprescindível que sejam abertas discussões sobre os aprimoramentos necessários à classe. Afinal, o papel do aluno e seus anseios são base para a construção de um ambiente favorável.
A iniciativa governamental referenciada anteriormente é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que por meio dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, centros federais de educação tecnológica, entidades do Sistema S e instituições de ensino superior privado, proporcionam cursos gratuitos de formação profissional. Para os alunos, são oferecidas as seguintes condições: gratuidade de cursos (que custam no mercado cerca de R$ 7,5 mil), auxílio-alimentação, vale-transporte e material didático. Segundo o Ministério da Educação (MEC), em 2013 serão oferecidas aproximadamente 85 mil vagas somente no Paraná.
Apesar dessas condições, as instituições que ofertam a formação pelo Pronatec têm dificuldades em preencher as vagas oferecidas. No município de Apucarana, por exemplo, foi realizado um plantão de oito horas após o prazo de inscrição para tentar completar metade das vagas que ainda estavam disponíveis após o termino do prazo regular. Temos, então, duas situações: estudantes e programa. A ação precisa ser conjunta e organizada para reverter esse quadro. Pois, com um mercado ávido e com limitações para profissionais sem formação, o ensino técnico é uma oportunidade ímpar para quem almeja ser contratado com possibilidades de crescimento.
Embora exista esse quadro problemático, desde sua criação, em 2011, o Pronatec já atendeu mais de 2,5 milhões de brasileiros. A meta até o ano que vem é oferecer cursos técnicos e de formação inicial e continuada a 8 milhões de estudantes e trabalhadores. O cenário é totalmente favorável; por isso, a missão é fazer que o programa seja difundido.
Aproveito o momento, pois, e convido os estudantes a fazer parte desse processo de construção de um país mais justo e igualitário por meio da educação. A oportunidade está diante de nós e não podemos deixá-la passar.
Alex Canziani, deputado federal (PTB-PR), é vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Educação no Congresso Nacional e vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara.
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