Caro amigo Gustavo Fruet: dia 1.° está aí. A Câmara dos Deputados irá eleger seu novo presidente. Você, corajosamente, é candidato ao cargo. Eu não voto, mas pode ter certeza: você é unanimidade na nossa turma de Direito, que se graduou em 1987 pela UFPR. Sua eterna postura de honestidade, trabalho duro e simplicidade orgulham os colegas de banco acadêmico, que hoje são advogados, promotores, procuradores, juízes, empresários, trabalhadores.
Sua eleição é praticamente impossível, diz a mídia. E temos de ser realistas, é difícil mesmo. Você representa ameaça à corrupção, ao lobismo, à burocracia e ao nepotismo. Se não é a solução, você é, ao menos, a luz da esperança de todos os brasileiros que vivem honestamente e pagam seus impostos. A luz no final do túnel contra essa corja de sanguessugas e mensaleiros caras-de-pau, absolvidos por bandos de corruptos e reeleitos pela política secular e nefasta que mantém milhões de brasileiros às margens da educação e da cultura, incapazes de discernir o que ocorre nos corredores e salas dos palácios governamentais.
A nossa nação mais parece a Branca de Neve adormecida em berço esplêndido, engasgada com a maçã do populismo, da corrupção, da burocracia, aguardando ser despertada com o beijo do progresso, da moralidade, da ética e da honestidade. E acho que, se depender da maioria de seus pares no Congresso, permanecerá adormecida.
Lembro-me muito bem dos tempos acadêmicos. Desde então você já detinha o dom político. Foi presidente do Centro Acadêmico Hugo Simas (CAHS). Contava que acordava cedo para acompanhar seu pai, prefeito de Curitiba, nas andanças pela periferia da cidade.
Você seguiu seu pai. Eu me tornei advogado. Segui a carreira do meu pai, avô e bisavô. Fiz curso de Direito em universidade pública, de graça, às custas da União. Hoje advogo contra a União em diversos processos. É um paradoxo. Às vezes fico pensando como alguém pode defender a gratuidade do ensino universitário. Nos EUA o profissional formado devolve em prestações o que o Estado financia para o seu estudo. É justo! A União pagou meus estudos e não dei nada em troca.
Agora estou me redimindo: tenho três filhos pequenos (12, 9, e 6 anos) a quem ensino cidadania, democracia e filosofia. A eles falo muito de Aristóteles, que 3 mil anos atrás já dizia que a sorte do império depende da educação da juventude. Falo-lhes de Lao Tsé, filósofo chinês que quase 4 mil anos atrás sustentava que o pior governante é aquele que se intromete na economia, o que regula o mercado por decretos. E eles tinham razão. Dizem por aí que a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal (CEF) e outras estatais são nossas, do povo. Ou seja, são minhas, suas. Você já enfrentou fila na CEF? Eu já. Fui sacar meu FGTS. É um horror. Sem falar que dela saiu dinheiro para o valerioduto. Se ela fosse minha, trocaria o presidente.
E a Petrobrás? Li que não obstante o monopólio que detém, ela é insignificante no mercado internacional. Perde ativos até para os bolivianos, que estão por atrasar o país vizinho para a idade da pedra lascada. Se permanecer estatal, vai para o mesmo caminho da petrolífera venezuelana; tornar-se-á obsoleta, sucata. O Brasil não é sequer auto-suficiente em gás nem em petróleo. Se fosse mesmo minha, afastaria a militância política que a dirige e adotaria uma governança administrativa igual à da Vale do Rio Doce, que após privatizar vem crescendo, gerando empregos e se transformando numa das maiores empresas do mundo.
A minha esperança, Gustavo, é que apostando na educação dos meus filhos, e da juventude em geral, a nova geração daqui a 20 anos, com mais conhecimento, mais cultura e mais capacidade de discernimento, possa votar melhor nos representantes e líderes do Brasil. E, sem dúvida, nessa circunstância, aí a própria mídia irá reconhecer: Fruet é imbatível para a presidência da Câmara Federal. Grande abraço para você e para sua família. E, boa sorte na sua empreitada. Estamos na torcida.
Joaquim Miró é advogado.
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