Comportamentos violentos nas escolas se intensificam cada dia mais, ou pelo menos a sua relevância tem ficado mais clara. Não por acaso, o MEC instituiu recentemente o Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (Snave), com objetivo de mapear e prevenir ocorrências de violência escolar.
Para entendermos melhor o assunto, precisamos nos debruçar sobre o que chamamos de agressividade. Estamos aqui falando de comportamentos que podem ser verbais ou físicos, direcionado contra outras pessoas intencionalmente ou não, mas que causam prejuízos físicos, mentais, sociais ou materiais. Não é algo incomum ou difícil de compreender; a dificuldade está em entender o motivo desses comportamentos.
Algumas pessoas irão imaginar que a culpa seja da família, que essa, sim, deveria prover instrução que não cabe à escola. Outros vão dizer que é falta de estrutura escolar, pois essa tem o papel educativo em si, com foco no ensino não só de conteúdos, mas morais para formar cidadãos. Outros ainda podem pensar que esses problemas são fisiológicos, que algum tipo de transtorno pode estar influenciando esse comportamento. O mais certo é dizer que tudo tem um pouco de verdade.
Em alguma medida, os pais têm a responsabilidade de ensinar para os seus filhos quais são as formas corretas de se comportar em sociedade. No entanto, alguns pais, por mais bem intencionados e focados na educação de seus filhos que sejam, não saber o que fazer, já que algumas vezes essas crianças possuem algumas necessidades que somente profissionais conseguem ajudar a sanar.
De outro lado, a escola possui uma certa responsabilidade com os alunos em sala de aula. Em alguns casos, essas crises podem ser causadas por tentativas de fuga do ensino, o que causa a necessidade de se ensinar o aluno por meio de um plano individualizado. Assim, ele tem a possibilidade de aprender dentro das suas capacidades, com o tipo de ensino que lhe é mais eficaz. Percebemos que isso diminui a probabilidade de algumas crises, embora não as impeça completamente.
Em conjunto com os outros dois pontos, existem ainda transtornos de aprendizagem, déficit de atenção e hiperatividade, transtorno opositor desafiador, autismo, entre outras condições que podem causar maior incidência de comportamentos agressivos, por motivos diversos. Esses alunos precisam de suporte mais presente da família, apoio escolar com planos de ensino personalizados e atuação de profissionais de saúde que possam intervir nas características principais de cada um dos transtornos.
Há uma possibilidade de se reduzir crises de agressividade na escola através de um trabalho conjunto entre profissionais de educação, saúde e família. Embora nenhum detenha toda a responsabilidade na causa, todos são um pouco responsáveis pela solução.
Felipe Lemos, psicólogo e especialista em comportamentos problema, é diretor pedagógico da Luna ABA.
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