As operações de paz das Nações Unidas emergiram no pós-1945 como um novo instrumento de segurança coletiva, para promover um ambiente internacional mais estável. Elas vêm cumprindo suas missões com muito êxito, mas, para que não se tenha expectativas frustradas, é interessante reconhecer que as forças de paz não resolvem propriamente conflitos. Ao promover a pacificação, criam janelas de oportunidade para uma solução política entre as partes.
O Exército Brasileiro, ao longo do tempo, participou de inúmeras missões, possuindo tradição e conquistando respeito pelo desempenho profissional. A primeira participação de nossos capacetes azuis se deu em 1956, na I Força de Emergência da ONU, implementada para solucionar a crise do Canal de Suez. Hoje, o Batalhão Suez dá nome a espaços públicos em várias cidades do Sul do país. Desde então participamos de inúmeras operações, merecendo destaque nossa atuação em Angola, Moçambique, Timor Leste e Haiti.
Onde estivermos operando, somos o braço forte que protege e a mão amiga que apoia à população.
A participação brasileira em operações de paz é legitimada como política de Estado em documentos como a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa. Isso insere o país na dinâmica de segurança coletiva da ONU, aumentando a influência e a percepção do multilateralismo, e validando a candidatura do Brasil ao Conselho Permanente de Segurança. É um instrumento de projeção do Estado, que incrementa a capacidade profissional do Exército.
Nesse contexto, buscamos capacitar nossas tropas. Por isso recebemos, com satisfação, a notícia de que a ONU concedeu a Certificação Nível 2 do Sistema de Prontidão das Capacidades de Manutenção da Paz à tropa do Comando Militar do Sul (CMS). A conquista é resultado de meticulosa preparação, verificada em inspeção feita em nossas unidades em Cascavel (PR) e São Gabriel (RS).
A ONU certificou um Batalhão de Infantaria Mecanizado e uma Companhia de Engenharia, essa com capacidade de lançamento de pontes, manutenção de rodovias, perfuração de poços e desativação de explosivos. O resultado confirma a prontidão operacional para atuarmos em futuras missões.
O alto nível de preparação faz do Comando Militar do Sul uma tropa pronta para atuar, ratificando a expertise construída pelo Exército Brasileiro em sua trajetória, em múltiplos aspectos, da preparação à logística. Onde estivermos operando, somos o braço forte que protege e a mão amiga que apoia à população.
Valério Stumpf Trindade é general de Exército e Comandante Militar do Sul.
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