Vivemos hoje a maior crise de lideranças, efeito do individualismo, da competição ilimitada, da aplicação do princípio de que "os fins justificam os meios"

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No contexto do choque de gestão, todas as iniciativas que funcionaram no século 20, como estratégias de redução de custos, redesenhos institucionais, celebração de contratos de gestão e acompanhamento de desempenho por métricas, continuam bastante importantes, porém agora são insuficientes, por não focarem o homem em si, sujeito e alvo da história.

Precisamos priorizar mais a condição humana e menos o processo robotizado à Taylor, Ford ou Toyota. Nesse sentido, eis a proposta de um ampliado choque de gestão, cuja sigla LER significa Liderança e Empreendedorismo através de Redes.

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Vivemos hoje a maior crise de lideranças, efeito do individualismo, da competição ilimitada, da aplicação do princípio de que "os fins justificam os meios", entre outras causas.

Nos governos e empresas, o líder autêntico há de visar, sobretudo, ao bem comum, norte dos demais bens. Tomás de Aquino afirma, seguindo Aristóteles: bem comum é "a soma de cada bem individual com o bem coletivo", portanto não a mera soma de bens individuais.

O líder deve compreender a natureza humana tanto nela mesma quanto em suas implicações com o desenvolvimento; dominar a dinâmica das mudanças e primar, com forte entusiasmo e sem personalismos, por atitudes éticas e competência para influir e motivar pessoas, inspirando-lhes confiança. Liderança egoísta não tem seguidores duradouros; um dia, fracassa, pois mais desintegra que une.

Não precisamos de super-homens, líderes carismáticos, mas de líderes humanos, alicerçados em princípios perenes.

Empreender é levar algo novo ao meio, concretizando e gerindo ideias de forma adequada e sustentável.

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O empreendedor é capaz de sonhar de forma magnânima com melhorias, integrando idealismo e realismo; tem consciência de suas limitações, procurando superá-las; e administra eficazmente os recursos disponíveis, inclusive os humanos, que reconhece essenciais.

Ele se dedica ao empreendimento com estratégia (mente fria para apurar, planejar e decidir tudo), paixão (coração ardente para potencializar decisões) e execução (mãos à obra, todo dia, para fazer acontecer o planejado). É nessa estrita ordem que tal postura leva ao sucesso.

Sob essas capacidades, estão incluídas a fé no que faz e a esperança do êxito. Estas, por serem incontroláveis, requerem virtudes (do latim virtutes – forças), como coragem, justiça, prudência e temperança.

Esse enfoque de gestão, feito de valores imutáveis, a par da verdade, liberdade e bondade, faz duradouras as iniciativas e dá honorabilidade ao empreendedor, no governo e na iniciativa privada. Tais setores, daí bem aceitos pelos cidadãos, cumprem então papel ético, social e econômico, promovendo o bem-estar da pessoa e a consecução do bem comum.

Na era das telecomunicações e informação, já se reduzem custos e ganha-se mais produtividade em todos os setores da atividade humana, frutos do choque de gestão tradicional. Mas elas podem mais: fomentar e facilitar o empreendedorismo impulsionador do desenvolvimento. Esse um dos pilares dessa proposta.

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No Paraná, logo estarão disponíveis redes telemáticas da mais nova geração. As fibras óticas da Copel, por exemplo, – infraestrutura que já possui avançada tecnologia e magnífica capilaridade – chegarão a todo o estado, com tráfego de 100 Mbps para os usuários. Como levá-las a formar lideranças empreendedoras visando ao desenvolvimento sustentável do Paraná? Eis o desafio. Quem se lançar nesse rumo competirá vitorioso de agora a 2020.

Sob moldes ao menos similares aos aqui propostos, é urgente um choque de gestão em instituições, governo, universidades e empresas. Nessa empreitada, os especialistas seremos nós. Homens e mulheres de bem, mestres, dirigentes, governantes e cidadãos comuns que, com os princípios aqui propostos, devemos assumir a missão de contribuir para um Novo Paraná, que significa um futuro melhor para toda a população deste estado.

Marcos de Lacerda Pessoa é engenheiro consultor da Copel.