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Ciência que alimenta o Brasil

Plantação de soja. (Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo)

Gerador de uma ampla e diversificada gama de produtos agrícolas, o Brasil figura entre os principais fornecedores de alimentos, bioenergia e matérias-primas do mundo. Atualmente, é o segundo maior exportador de alimentos, podendo chegar ao primeiro lugar em pouco tempo. Posição que se justifica não apenas pela extensão territorial e pelo empreendedorismo dos produtores, mas muito também pelos investimentos em pesquisas e esforços científicos que garantiram e elevaram a produção do país até aqui.

Há um alto investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos no setor de defensivos agrícolas. Para desenvolver um novo produto, a indústria parte de um banco de 160 mil novas moléculas, das quais apenas uma vai ser levada à comercialização, a um custo médio de US$ 286 milhões. Este longo processo passa pelo desenvolvimento de uma vasta gama de estudos científicos para garantir segurança à saúde humana e ao meio ambiente, assim como a eficácia agronômica.

Defensivos agrícolas mais inovadores e modernos nas lavouras são ferramentas indispensáveis nas boas práticas agrícolas

Atualmente, existem 29 novos ingredientes ativos na fila para registro no Brasil, dos quais 17 já estão aprovadas nos EUA; 16, no Canadá; 15, na Austrália; 14, no Japão; e 13, na Argentina. Esses são países que têm relevância agrícola, sistemas regulatórios bem estabelecidos e baseados em critérios científicos. E, para completar, a União Europeia, reconhecida por ser tão restritiva a essa tecnologia, já tem 14 dessas moléculas aprovadas enquanto o produtor brasileiro aguarda.

Esses números levantam grande preocupação com a agricultura brasileira no futuro se o país continuar ficando para trás sob o ponto de vista de adoção de novas tecnologias.

Como solução para esse gargalo, o Projeto de Lei 6.299 propõe a modernização da Lei 7.802/1989, que rege os defensivos agrícolas, a partir da inclusão de critérios mais modernos e objetivos na avaliação dos registros de novos produtos, trazendo eficiência ao campo no intuito de continuar garantindo alimentos seguros na mesa do brasileiro. Essa necessária modernização trará previsibilidade e segurança jurídica ao processo regulatório, permitindo novos investimentos no país.

Esta iniciativa é fruto da colaboração entre produtores, órgãos governamentais, comunidade científica e agentes do setor privado. Os agricultores são os maiores interessados em endereçar esta questão, pois precisam assegurar a produtividade e competitividade da agricultura brasileira.

Defensivos agrícolas mais inovadores e modernos nas lavouras são ferramentas indispensáveis nas boas práticas agrícolas, para a saúde das plantas e a sustentabilidade da produção da agricultura tropical.

Mário von Zuben é engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).

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