Cinco razões para contratar na crise

Em meu trabalho diário de relacionamento com executivos e acionistas de empresas, é fácil perceber um mau humor generalizado sobre as perspectivas da economia. Sem querer relembrar o cansativo clichê de que em toda crise há oportunidades (mas também sem conseguir me livrar dele), vão aí cinco fortes razões para que acionistas e executivos de alto escalão tomem coragem para promover mudanças nas lideranças das empresas.

1) O executivo de hoje é o resultado de amanhã: a contratação de um executivo de alto nível não é algo que se resolve da noite para o dia. Mesmo utilizando-se de uma consultoria especializada como a Fesa, calcule aí dois a três meses entre a decisão de se contratar e a chegada da pessoa à organização. Somando um tempo de até seis meses para que o novo executivo esteja integrado à companhia, temos uma "gestação" de nove meses para que os resultados esperados finalmente comecem a acontecer.

2) A maré ruim vai passar: as crises são cíclicas. Mas, uma vez que o período nebuloso passar, larga na frente quem estiver mais preparado. Lembrando do ponto anterior, é possível que a empresa e o novo executivo estejam prontos justamente quando o cenário da economia melhorar.

3) Aproveite-se dos bônus baixos: é sabido que, para alguns segmentos da economia, o período difícil vai durar mais que para outros – entram aí a cadeia automotiva, o mercado financeiro, petróleo e gás, entre outros. São setores que, por excelência, formam profissionais de primeiríssima linha. Nestes segmentos, altos executivos sabem que os valores dos bônus serão mais tímidos nos próximos anos, estão mais abertos a considerar uma mudança de empresa e serão igualmente mais comedidos na hora de precificar esta transição.

4) Troque de competências: momentos diferentes exigem perfis distintos de liderança. Em época de crise, competências como capacidade analítica, gestão de mudança e racionalidade na priorização de investimentos podem ser mais importantes que as competências do nome que você já tem dentro da empresa. Ou, quem sabe, seja justamente a hora de se buscar um executivo com criatividade e inovação para diversificar negócios.

5) Acelere a produtividade do time: quem chega gosta de mostrar um bom trabalho logo de início. E, ao promover mudanças, pode injetar uma dose alta de energia na equipe, conseguindo dela resultados mais imediatos que o antigo gestor.

Dê sua opinião

Você concorda com o autor do artigo? Deixe seu comentário e participe do debate.