A comunidade médica se voltou nos últimos meses ao combate do novo coronavírus. Temos acompanhado a dificuldade que algumas cidades brasileiras estão enfrentando, cada qual com o seu desafio. E no Paraná temos visto bons resultados comparativos. Segundo dados divulgados pelo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde no dia 31/05, o estado mantém a menor incidência do novo coronavírus por 100 mil habitantes no Brasil.
O combate à pandemia de Covid-19 é prioridade e, como um dos principais centros de excelência de saúde no estado, o nosso compromisso é ainda maior. Mas, felizmente, observamos um cenário controlado neste momento.
Isso nos faz refletir sobre a importância da saúde dos nossos demais pacientes que evitaram seguir ou iniciar tratamentos importantes, colocando em risco a própria vida, por fatores compreensíveis, como medo e insegurança.
Não temos medido esforços para conter a disseminação desta doença e tratar os pacientes quaisquer sejam as necessidades. O principal deles foi o estabelecimento de protocolos padronizados, denominados Command Center, para o atendimento a pacientes com suspeita ou infectados com a Covid-19. Isso nos permitiu nos reorganizarmos internamente, alocando novos espaços para pronto atendimento dos suspeitos e infectados com Covid-19, isolando-os por completo dos demais pacientes. Outro cuidado importante foi o reforço no treinamento e na aplicação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para todos os profissionais de saúde.
Tudo isso tem sido acompanhado em tempo real por comitês de crise formados por profissionais multidisciplinares e que nos permitem tomarmos rápidas decisões e até mesmo ajustar protocolos em andamento.
As últimas semanas têm mostrado que alguns pacientes, com medo da Covid-19, têm evitado procurar hospitais e clínicas, mesmo em situações críticas de saúde, colocando a vida em risco. Patologias como AVC, infarto, fraturas, câncer entre diversas outras são muito sensíveis ao tempo de diagnóstico e se não iniciarem tratamento, podem ocasionar óbitos ou graves sequelas, que seriam evitáveis.
Somam-se a isso, os resultados financeiros dos hospitais que estão sofrendo severos impactos, colocando em risco a sustentabilidade da saúde privada do Brasil. Segundo a Anahp, Associação Nacional dos Hospitais Privados, os hospitais devem perder de 30 a 40% suas receitas este ano, tanto por conta de investimentos realizados na infraestrutura de atendimento a pacientes com Covid-19 quanto pela diminuição das cirurgias eletivas e de outros tratamentos de seus pacientes, fonte importante no faturamento. O que se não for revertido pode ser ainda mais catastrófico, tanto de ponto de vista de saúde quanto econômico.
Por conta disso, nosso foco é a segurança para a retomada do atendimento aos pacientes portadores de outras doenças. A saúde não pode esperar e os tratamentos precisam ser realizados. Reitero que o cenário nos mostra os benefícios que ocorrem quando a população está atenta em sua rotina de cuidados.
Rodrigo Milano é diretor presidente do Hospital Pilar.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026