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Há dois meses, eu expliquei em outro veículo por que o suposto fim da PPI somente iria acabar com os parâmetros objetivos de fixação de preço dos combustíveis, sem mudar os reajustes com base em custos de importação. Em suma, uma farsa. Se a Petrobrás estivesse nos escorchando para uma política de investimento na nossa capacidade produtiva para autossuficiência em derivados e petroquímica, eu não reclamaria.
Mas você está sendo extorquido nos postos e nos supermercados para pagar dividendos inéditos na história do mundo para os acionistas nacionais e internacionais da empresa, esses últimos, controladores das ONGs internacionais que controlam o governo Lula.
Se você lê as postagens dos influencers pagos pelo governo, o Brasil está decolando, e com preços baixos no supermercado. Só há preços baixos para eles. O resto dos brasileiros sabe que a conta de supermercado não caiu. E agora, com esse aumento de 25,8% do diesel, a pressão inflacionária vai ser gigante. Campos Neto não perderá essa oportunidade de aumentar a remuneração dos banqueiros e subir a taxa de juros. A despesa do governo aumentará.
O governo petista até agora é apagão, PPI disfarçada, diesel estratosférico, juros reais mais altos do mundo, reforma tributária pra rico, arcabouço fiscal, estagnação econômica, indústria caindo, PAC raquítico, Amazônia entregue às ONGs, lucros recordes de bancos, cashback para montadora estrangeira e programa (des)enrola para escorchar pobre e enriquecer banco.
Esse será mais um garrote numa economia em coma. Estamos no momento em recessão (não técnica ainda) que é disfarçada somente pelos números da supersafra do governo Bolsonaro que foi colhida no início desse ano. A receita do governo não subirá.
Arma-se então a tempestade perfeita: bolsa desabando, economia estagnada, inflação subindo, juros subindo, contas públicas fora de controle.
Então a inviabilidade do calabouço fiscal se demonstrará, com arrecadação raquítica e um rombo de quase de 150 bilhões já esse ano, enquanto a data de validade da lua de mel com o Congresso vence (e as contas dela para pagar).
Finda a lua de mel, Haddad será só mais um dos cadáveres políticos deixados por esse modelo que destruiu o Brasil nos últimos 30 anos, como foram Levy, Meirelles e Guedes. A coisa mais certa do mundo é que, quando os economistas do “mercado” (mercado financeiro) elogiam um ministro da Fazenda, seu futuro está sendo roubado e a crise econômica está a caminho.
Em breve o palco da acusação de tentativa de golpe dos arruaceiros do dia oito e das joias de Bolsonaro terá sido desmontado, seja com a prisão de Bolsonaro, seja com o desinteresse público.
E então sobrará a realidade. O governo petista até agora é apagão, PPI disfarçada, diesel estratosférico, juros reais mais altos do mundo, reforma tributária pra rico, arcabouço fiscal, estagnação econômica, indústria caindo, PAC raquítico, Amazônia entregue para às ONGs, lucros recordes de bancos, cashback para montadora estrangeira e programa (des)enrola para escorchar pobre e enriquecer banco. Como se não bastasse, descumpriu as promessas que fez para sua base de esquerda e desistiu das revisões da reforma trabalhista, previdenciária e privatização da Eletrobrás.
Tenho alertado que não há mais como remendar esse sistema, ele quebrou. Não podemos nos manter para sempre pagando os juros reais mais altos do mundo para receber dólares e compensar nosso rombo na balança de pagamentos. A Rússia em guerra tem juros reais de 0,5%, nós em paz temos de 10%. Muito menos podemos controlar a inflação dessa forma, sem com isso destruir nossa indústria e nosso orçamento. O Brasil foi devastado nessa molecagem demagógica que vem desde o primeiro governo Fernando Henrique. É o país mais fracassado do mundo nos últimos 30 anos e hoje praticamente não tem mais indústria nacional. Mas infelizmente, sem colapso, a democracia brasileira não apresenta forças para mudar de rumo. Pois agora, caso uma crise internacional sopre esse castelo de cartas, o colapso virá, e o modelo neoliberal imposto pelo sistema financeiro explodirá no colo do PT.
Na TV os “economistas” acusarão a "gastança" do Estado sem citar os juros que os alimentam, bolsonaristas acusarão o "comunismo" do Itaú e petistas acusarão a crise internacional e o Congresso.
A única coisa que jamais é acusada são os juros criminosos e inéditos brasileiros, e a única pessoa que nunca é responsável por nada é Lula, a principal liderança do país nos últimos 30 anos, que pagou, junto com Dilma, os juros reais mais altos do mundo por quase todo seus mandatos e terá inteirado ao fim deste 17 anos de poder. Que Deus tenha misericórdia dessa nação. Porque nós mesmos não temos.
Gustavo Castañon é professor de Filosofia e Psicologia na Universidade Federal de Juiz de Fora. Costuma fazer reflexões diárias sobre política ou filosofia no Twitter e no Facebook.
Conteúdo editado por: Bruna Frascolla Bloise