O setor bancário é estratégico à economia global, pois concentra serviços financeiros essenciais para cidadãos, empresas e organizações. Mais do que facilitar a circulação de capital, os bancos estão diretamente atrelados à inovação tecnológica, ao desenvolvimento regional e à competitividade. No Brasil, as instituições financeiras têm acompanhado a recente onda de transformação digital e apostado na simplificação e em novas funcionalidades para seus aplicativos. Tudo isso, sem abrir mão da segurança, o que ajuda no combate à inadimplência.
Esse cenário permite que os clientes estejam cada vez mais habituados a contrair empréstimos, pagar contas e transferir dinheiro na palma da mão – pelo celular. Mas essa liberdade tem prós e contras. Apesar da praticidade, fica mais fácil se endividar. Por isso, é tão importante ampliar a integração de dados, via Open Banking e Open Finance. Aliás, a análise de crédito deixou de ter apenas um papel restritivo, para assumir um caráter educativo. Afinal, se o cliente tem dificuldades para honrar seus compromissos, é necessário dar a ele a oportunidade de se organizar.
Dados divulgados neste mês pelo SPC Brasil mostram que, no país, os principais compromissos financeiros em atraso que levaram à negativação foram cartões de crédito (27%) e empréstimos bancários (18%). Instituições financeiras estão cada vez mais atentas ao comportamento do consumidor e a própria Febraban tem reforçado iniciativas neste sentido, que promovam a repactuação de dívidas e organização das finanças. O melhor conselho em caso de pendências é não fugir do problema da inadimplência. Quem joga para baixo do tapete certamente irá se incomodar com a negativação do CPF ou do CNPJ, além da dor de cabeça de responder judicialmente.
Vale lembrar que, assim como o setor financeiro, a área de cobrança também evoluiu. Muitos bancos já utilizam os serviços de empresas especializadas, que oferecem recuperação de crédito com condições reais para o inadimplente. A tecnologia tem sido aproveitada para que as pessoas consigam colocar as contas em dia e tenham um amanhã mais confortável.
O uso de inteligência artificial é um trunfo nesses casos de inadimplência, pois a IA mapeia condições de pagamento cada vez mais compatíveis ao perfil de cada devedor. Mas precisamos estar cientes de que essa é uma construção coletiva, com impacto direto no futuro de cada família e no ambiente econômico do Estado. Quanto mais pessoas saírem das estatísticas de endividamento, melhor será o índice de competitividade, a renda e o ambiente de negócios.
Alessandra Velloso é sócia-diretora do Velloso Advogados & Associados e da Velloso Soluções.
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