
O aspecto mais impressionante do desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), pelo presidente Donald Trump, não é que beneficiários de ajuda desagradáveis tenham usado mal o dinheiro dos contribuintes. É que qualquer um fica chocado com as revelações de desperdício, fraude e abuso. Afinal, grupos de vigilância têm soado o alarme há anos sobre o uso indevido de fundos da USAID.
As pessoas não deveriam ficar enfurecidas apenas com os gastos extravagantes da USAID. Elas também deveriam se concentrar no que esses gastos apoiaram — particularmente quando promoveram o terror ou se alinharam aos interesses do Hamas.
Em vez de serem usados para fornecer ajuda humanitária e estabilizar regiões assoladas por conflitos — de acordo com a meta declarada da USAID — os fundos americanos têm sido frequentemente canalizados para instituições corruptas ligadas ao Hamas, com supervisão mínima.
Um novo estudo plurianual da USAID, pelo Middle East Forum, identificou US$ 164 milhões em subsídios para organizações radicais, incluindo US$ 122 milhões para aqueles "alinhados com terroristas designados e seus apoiadores".
O MEF também descobriu que "milhões de dólares federais foram entregues pela USAID a organizações diretamente em Gaza controladas pelo Hamas, com autoridades do governo até mesmo visitando escritórios de representantes terroristas de Gaza e lançando programas conjuntos".
O dinheiro continuou fluindo, já que os EUA distribuíram US $ 2,1 bilhões em Gaza desde que o Hamas matou 1.200 pessoas e fez 250 reféns em 7 de outubro de 2023. Mas os sinais de alerta são anteriores a 7 de outubro.
O Inspetor Geral da USAID — agora dando o alarme sobre o fechamento da agência por Trump — tem consistentemente expressado preocupação com mecanismos de verificação frouxos e financiamento inadvertido do terrorismo na região.
A comunidade de vigilância ecoou essas preocupações. Em dezembro de 2024, o grupo NGO Monitor destacou a falta de transparência da USAID, relatando que alocou US$ 200 milhões para “diversos beneficiários estrangeiros” operando na Cisjordânia e em Gaza. A USAID não identificou os destinatários desses fundos nem seus parceiros locais.
Em 2021, a NGO Monitor alertou que alterações nas práticas de verificação antiterror da USAID tornaram o grupo “vulnerável ao envolvimento com beneficiários e/ou parceiros ligados a organizações terroristas, ou com grupos que apoiam, glorificam ou desculpam a violência”.
Tal uso indevido do dinheiro dos contribuintes não poderia ter acontecido sem falhas significativas de supervisão do Departamento de Estado, que precisa de sua própria avaliação
O Departamento de Estado deveria ter supervisionado e evitado a corrupção da agência de forma mais rigorosa. Em vez disso, os funcionários do departamento estavam ocupados decretando golpes suaves de dentro, resistindo à política do ex-presidente Joe Biden para o Oriente Médio, que eles absurdamente consideraram muito pró-Israel.
Essas tendências subversivas foram refletidas na própria USAID. Conforme revelado esta semana pelo Washington Free Beacon, “funcionários da USAID chegaram a instar o Departamento de Estado de Biden a encerrar a ajuda militar a Israel”.
Em 2021, a então administradora da USAID, Samantha Power, recusou-se a se reunir com o embaixador de Israel a menos que Israel chegasse a um cessar-fogo com o Hamas — em contradição direta com os planos do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O absurdo aqui é tão impressionante quanto as implicações são perturbadoras. Por anos, um contingente dentro da USAID subverteu ativamente a política externa americana e deu sinal verde para ajuda a entidades ligadas ao terror sem examiná-las adequadamente ou, pior, examiná-las e dar sinal verde de qualquer maneira. Estamos apenas arranhando a superfície do que aconteceu.
A solução não é apenas fechar a USAID. Uma investigação completa, liderada pelo recém-confirmado secretário de Estado, Marco Rubio, deve ser lançada sobre o papel do Departamento de Estado nessas falhas. O povo americano merece respostas — não apenas sobre os erros da USAID, mas sobre um Departamento de Estado que deixou isso acontecer sob sua supervisão.
©2025 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês: How USAID Funded Hamas
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