A Covid-19 pode gerar prejuízos de até US$ 4 trilhões aos EUA| Foto: Imagem de <a href="https://pixabay.com/pt/users/geralt-9301/?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=4880802">Gerd Altmann</a> por <a href="https://pixabay.com/pt/?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=4880802">Pixabay</a>
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Os americanos estão compreensivelmente chateados. As empresas estão fechadas e a vida e os meios de subsistência estão em risco.

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Faz sentido que as pessoas exijam que o governo tome medidas contra os responsáveis ​​pela disseminação da COVID-19, logo que a tenhamos superado.

Mas é preciso saber como - e como não - cobrar a China pelos prejuízos causados novo coronavírus.

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Obviamente o PCC (Partido Comunista Chinês) é o culpado número um. No entanto, não será fácil conseguir fazê-los pagar.

Existe o princípio de que nações geralmente não podem ser processadas, sob o conceito de "imunidade soberana". Embora existam algumas exceções, isso exigiria a construção de um caso muito específico, neste caso contra o Partido Comunista Chinês.

Para levar isso adiante, os formuladores de políticas precisariam responder a três perguntas importantes:

  1. Quem exatamente é responsável pelo surto de COVID-19? Ou seja, quem no Partido Comunista Chinês é responsável por suprimir as informações que heróis como o Dr. Li Wenliang tentaram compartilhar com o mundo antes que a COVID-19 se tornasse incontrolável?
  2. Do que exatamente eles são culpados? Ou seja, o Partido Comunista Chinês é simplesmente culpado de suprimir informações? Eles também são culpados de não agir rapidamente? O que mais, exatamente?
  3. Como calcular a restituição devida aos EUA? Algumas estimativas sugerem que o coronavírus gerou perdas de até US$ 4 trilhões. Isso representa aproximadamente um terço da economia da China.

Talvez por causa das complicações inerentes a um processo legal, as pessoas estão falando sobre fazer a China "pagar" de outras maneiras. Muitas das ideias carecem de uma dose de realidade.

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Eis como não devemos cobrar a China:

  • Recusar-se a pagar os chineses proprietários de títulos da dívida dos EUA. Em janeiro, os investidores chineses eram donos de US$ 1,1 trilhão em títulos do Tesouro dos EUA (dívida). Os detentores chineses de dívida dos EUA (entidades privadas e governamentais) representam mais de 15% do total de detentores estrangeiros de dívida dos EUA, mas apenas uma fração do total da dívida pública.

Se há algo que destruiria a credibilidade do dólar americano e do sistema financeiro americano, seria levantar dúvidas sobre o compromisso americano de cumprir suas obrigações financeiras.

Tal ameaça destruiria a fé de todos os detentores de dívida americana, não apenas dos chineses.

Afinal, se os EUA pudessem decidir repentinamente não pagar detentores chineses de dívida americana, o que os impediria de fazer o mesmo com os sauditas? Ou com os japoneses? E isso, por sua vez, acabaria efetivamente com o papel do dólar americano como moeda de reserva global. Este é realmente um caso em que a cura seria pior que a doença.

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  • Fazer com que as empresas americanas deixem a China e voltem para os EUA. Alguns sugerem que a COVID-19 é uma ótima oportunidade para trazer empresas americanas de volta da China. O problema é que, embora algumas empresas possam deixar a China (e possa haver incentivos para incentivá-las a fazê-lo), poucas voltariam a se mudar para os EUA.

As empresas foram à China em busca de custos mais baixos, e a COVID-19 não muda isso. A maioria das empresas que estão deixando a China não voltará para os EUA. É mais provável que estejam indo para o Vietnã ou México, ou qualquer outro lugar.

  • Expulsar todos os repórteres chineses. Isso tem pouco a ver com a supressão de informações sobre a COVID-19 e mais com a proibição geral de uma imprensa livre na China.

Afinal, não foram os repórteres chineses nos EUA que não reportaram os desenvolvimentos da COVID-19 em seu país natal.

Tirar os repórteres chineses dos EUA simplesmente justificaria a expulsão dos jornalistas americanos pela China, com pouco efeito sobre a pandemia (além de limitar as informações disponíveis).

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  • Se livrar inteiramente de qualquer laço com a economia chinesa. Alguns sugerem que os EUA não devem ter negócios com a China. Mas a China foi o quarto maior parceiro comercial dos EUA em 2019, com US$ 560 bilhões em bens comercializados.

Historicamente, os investidores americanos e chineses têm investido diretamente mais de US$ 150 bilhões um no outro (cerca do dobro do investimento direto dos EUA na China do que o contrário). As subsidiárias de empresas americanas vendem centenas de bilhões de dólares em mercadorias na China todos os anos, além do que exportam para lá dos EUA.

Seria difícil abrir mão dessas vantagens. Existem custos para fazer negócios na China? Sim. Mas as empresas estão lá porque também há benefícios.

Existem maneiras mais realistas de fazer com que o Partido Comunista Chinês pague o preço.

  1. Direitos humanos. A punição de indivíduos específicos por violações de direitos humanos pode ser mais bem-sucedida do que tentar punir uma nação de 1,4 bilhão de pessoas.
  2. Uma abordagem internacional ao lado dos aliados. Isso inclui tomar providências jurídicas de caráter internacional. Mas o litígio poderia levar anos e não teria o efeito que os americanos desejam ver ainda este ano.
  3. Diplomacia. É preciso paciência e não tem a visibilidade de uma ação legal. Mas embora a saída jurídica parecesse boa no início, levaria anos para alcançar resultados, e somente se acompanhada de um trabalho diplomático minucioso.
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A diplomacia inclui manter os holofotes sobre o Partido Comunista Chinês e o impacto nefasto que ele tem no mundo. Os resultados podem variar, mas fazer isso e permitir que as pessoas e os governos do mundo inteiro abracem a causa por conta própria teria um efeito duradouro.

A verdade é que esse vírus deu ao Partido Comunista Chinês um grande olho roxo e agora os chineses estão fazendo todo o possível para tirar o seu da reta ou esconder a verdade.

É provável que o governo Trump continue combatendo os esforços da China para reformular a narrativa internacional, assim como vimos a competição EUA-China em toda a arena global.

Mas o surto de COVID-19 não muda o fato de que a República Popular da China seja o principal desafio de política externa dos EUA nas próximas décadas.

Pode haver maneiras certas de responsabilizar o Partido Comunista Chinês pelo surto de COVID-19 e seus outros delitos. Mas também existem ideias erradas que minam os interesses de longo prazo dos EUA.

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Não é bom misturar as coisas.

Riley Walters é analista no Instituto Davis de Segurança Nacional e de Política Externa da Heritage Foundation.

Dean Cheng traz um conhecimento detalhado das capacidades militares e espaciais da China como pesquisador da Heritage Foundation em assuntos políticos e de segurança chineses.

©202 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês 
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