A campanha de cunho político-eleitoral que procurou boicotar a Copa do Brasil foi derrotada pelo estrondoso sucesso do torneio realizado com competência e emoção. Mas se estende na forma de questionamento do sólido legado que o Mundial deixa para a projeção geopolítica do país e usufruto da população brasileira.
Chama atenção a insistência em obras que não ficaram prontas a tempo, e nesse ponto já se identificou aqui uma contradição típica de quem nega o mérito alheio e, vencido em um trololó, imediatamente forja outro. Está demonstrado à exaustão que, exceto os estádios, as obras associadas à Copa integram o Programa de Aceleração do Crescimento e servem à sociedade. Os críticos dos "gastos da Copa" pareciam dizer que, se não servissem ao torneio, as melhorias perderiam sentido e utilidade...
A Copa acabou e ficam seus frutos. Todas as projeções de rentabilidade são favoráveis, e uma delas estima em 1,5% o aumento do PIB. As melhorias e inovações na infraestrutura e nos serviços do país serão duradouras. Os aeroportos, que sabíamos aparelhados, funcionaram segundo os padrões internacionais. Telecomunicações, estrutura de segurança, equipamentos de mobilidade urbana, investimentos na rede de serviços, como turismo, hotéis e restaurantes, estão de pé. Sem esconder seus problemas, o Brasil apresentou-se ao mundo e foi reconhecido como um país empreendedor, alegre, hospitaleiro, do qual os visitantes se despedem com vontade de voltar.
Se até a bola rolar legiões de brasileiros estavam intimidadas pela virulência dos grupelhos que anunciavam "não vai ter Copa", temendo ser agredidos se pusessem uma bandeira na porta ou no carro, nunca um país festejou tanto o Mundial. Mesmo no último jogo, contra a Holanda, a torcida tingiu o estádio de verde e amarelo e incentivou a seleção. Foi notável o orgulho da nação por proporcionar ao mundo a Copa das Copas.
Os 12 estádios construídos ou reformados, e mais numerosos centros de treinamento modernizados para uso das seleções, ficam como uma herança forjadora de progresso em todos os campos. São multifuncionais e longe do futuro de elefantes brancos apregoado pelas cassandras. Tome-se o exemplo do mais criticado, a Arena da Amazônia, que já tem 11 shows agendados. O empréstimo de R$ 400 milhões feito pelo BNDES, a ser pago como qualquer outro, pode ser comparado aos R$ 326 milhões que apenas os turistas da Copa injetaram na economia do Amazonas.
Aldo Rebelo é ministro do Esporte.
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