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Israel e o Grupo Hamas chegaram a iniciar acordo de trégua na guerra, mas não durou por muito tempo. Com a continuidade da guerra, as autoridades do mundo ainda focam as atenções em ajuda humanitária, retirada de civis e estrangeiros da região de guerra e envio de profissionais de saúde para a faixa de Gaza. Além disso, os impactos econômicos com a eclosão de possíveis novos conflitos, atrelada a escalada militar entre Rússia e Ucrânia, preocupam autoridades mundiais.
A guerra registra mais de 16 mil mortes e as atenções estão voltadas ao Oriente Médio, que geograficamente é estratégico para o comércio global. Uma obstrução ou fechamento temporário do Canal de Suez, por exemplo, pode levar a atrasos no transporte global de mercadorias. Para o Brasil, isso pode significar atrasos nas exportações e importações, com consequente impacto nos preços e na balança comercial.
É vital para os formuladores de políticas e investidores brasileiros entenderem essas conexões e estarem preparados para navegar em águas geopolíticas turbulentas. Por outro lado, o Brasil pode tentar mediar e buscar soluções de menores impactos e danos.
Embora Israel e a Faixa de Gaza não sejam grandes produtores de petróleo, a percepção de risco na região do Oriente Médio pode aumentar os preços do petróleo devido à especulação. Além disso, pode haver interrupções na cadeia de suprimentos. Isso pode resultar em preços mais altos de combustíveis no Brasil e no mundo, influenciando a inflação e os custos de transporte.
Empresas globais que dependem de componentes ou produtos de Israel podem enfrentar interrupções na cadeia de suprimentos. Isso pode causar atrasos, falta de produtos ou aumento de preços em setores específicos. Israel também é um hub tecnológico global, especialmente em setores como cibersegurança, tecnologia da informação e saúde.
Por outro lado, a manutenção da guerra e a escalada da violência entre Rússia e Ucrânia podem trazer impactos sérios ainda na economia mundial e, por consequência, na economia brasileira. A Ucrânia é um corredor principal para o trânsito de gás natural russo para a Europa. As hostilidades comprometem essa rota, levando a volatilidade nos preços de energia, com possíveis aumentos no gás e petróleo, afetando muitos os países emergentes e, principalmente, o Brasil. Países europeus próximos ao conflito enfrentam pressões econômicas diretas, desde interrupções comerciais até fluxos de refugiados.
Wagner Moraes é economista, especialista em macroeconomia, mercado financeiro e CEO da A&S Partners.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos