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Contradizendo promessas de Lula, investimento estrangeiro cai 17% em 2023

Haddad e Lula: em 2024, foco do governo é o mesmo de 2023. Prioridade é arrecadar mais e não há anúncio de medidas para conter gastos. (Foto: André Borges/EFE)

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No primeiro ano do governo Lula, o petismo prometeu uma onda de otimismo e renovação em relação aos investimentos estrangeiros. A narrativa oficial, embalada no slogan “o Brasil voltou”, prometia reabrir as portas do país para o mundo, em contraste com o suposto isolacionismo da gestão anterior de Bolsonaro. No entanto, os dados contam uma história bem diferente.

Em 2023, houve uma queda nos investimentos diretos estrangeiros (IDE) para o Brasil, com os valores caindo de US$ 74,6 bilhões em 2022 para US$ 61,95 bilhões. Esta queda de 17%, a pior desde o choque inicial da pandemia, não apenas desmente a retórica otimista do governo Lula, mas também evoca memórias amargas das políticas intervencionistas praticadas em gestões petistas anteriores.

A desaceleração nos investimentos parece refletir uma cautela do mercado global em resposta às políticas do governo Lula, que incluem tentativas de intervenção em grandes corporações e mudanças regulatórias em setores-chave. Esforços para influenciar a gestão da Vale e da Eletrobras, bem como alterações nas políticas de saneamento e de terras indígenas, introduziram uma camada de incerteza que desagrada ao capital estrangeiro, antes acostumado a um cenário mais previsível.

Um estudo da PwC, divulgado em Davos, ressalta essa cautela, excluindo o Brasil da lista dos dez principais destinos para investidores globais pela primeira vez em uma década. A queda para a 14ª posição é um indicativo claro do declínio na confiança dos investidores no potencial de crescimento do Brasil sob o governo atual.

O caso recente envolvendo declarações absurdas do presidente Lula contra Israel exemplifica bem como a diplomacia pode influenciar negativamente a percepção de estabilidade e segurança para investidores. Tais comentários não apenas prejudicam relações internacionais importantes, mas também enviam um sinal negativo ao mercado, que preza por um ambiente de previsibilidade e estabilidade geopolítica.

Além disso, a história nos ensina que a intervenção estatal excessiva na economia, frequentemente defendida em gestões petistas, nunca conduz ao crescimento econômico sustentável. A experiência ainda fresca das políticas intervencionistas do governo Dilma resultou na pior recessão da história, acompanhada de inflação elevada, um cenário que pode se repetir sob as atuais políticas de Lula e Haddad.

É fundamental reconhecer que a confiança dos investidores não se reconstrói apenas com discursos otimistas ou turnês internacionais com a primeira dama, mas com ações concretas que fortaleçam a economia e a segurança jurídica. A retórica vazia precisa dar lugar ao trabalho sério. Coisa que não temos visto ultimamente.

Leonardo Chagas é consultor de investimentos, especializado em gestão de patrimônio, bacharel em Relações Internacionais pela UFRGS e presidente do Instituto Atlantos.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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