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O coronel Euclides Ribas deixou o plano terrestre nesta semana. Oficial graduado da Aeronáutica, engenheiro diplomado pelo ITA, presidente da Associação dos Investidores Minoritários do Bamerindus, tinha notável personalidade, mercê da soma de suas virtudes. Inigualável líder, decolou para um voo mais alto, elevando-se até aterrissar no sublime campo celestial. Junto com outros companheiros, ele foi responsável por comandar a luta dos acionistas minoritários por seus direitos.

Como o coronel era um excelente engenheiro e militar, conseguiu traçar um plano estratégico, com objetivos bem definidos, e um cronograma de ações, o que ao final garantiu que os investidores minoritários do Bamerindus conseguissem, depois de mais de 14 anos de negociações, finalmente reaver parte das perdas decorrentes da intervenção feita pelo Banco Central (BC) em 1997. Para tanto, contou com seus companheiros da diretoria da Associação dos Investidores, que, sempre com a assessoria de renomados advogados, discutiam e avaliavam em conjunto cada estratégia de ação.

Com propósitos firmes, Euclides conseguiu credibilidade e reconhecimento para negociar com o BC e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Foi uma batalha longa. A cada nova gestão da entidade, o coronel era obrigado a recomeçar. Além das horas de voo que tinha no comando de aeronaves, ele somou centenas de horas com as viagens quase mensais a Brasília durante os 14 anos de pleito. Mesmo assim, insistiu e venceu.

O resultado foi o acordo que garantiu que os 50 mil acionistas minoritários do antigo Banco Bamerindus pudessem receber parte do valor do débito que a massa falida do banco tinha com os acionistas.

A negociação também permitiu a liberação dos antigos diretores do Bamerindus dos entraves legais causados pela discutível intervenção do BC. Ao final, os anseios de um expressivo contingente de mais de 200 mil pessoas, entre acionistas e familiares, foram atendidos.

Foi uma vitória inédita no campo das instituições bancárias em regime de intervenção ou processo de falência. Uma luta da qual participei, com abnegação e companheirismo do início ao fim. Tal experiência me deu novo estímulo para vencer outras batalhas, também paranistas, no comando do Movimento Pró-Paraná. O coronel Euclides Cunha nos deixou um legado, um testamento escrito com exemplos a serem seguidos por nossas lideranças atuais e futuras.

O Paraná e o Brasil deve muito a Euclides Ribas.

Jonel Chede, conselheiro da Associação de Investidores Minoritários do Bamerindus e presidente do Movimento Pró-Paraná.

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