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Criação de novos empregos: um desafio contínuo

Imagem ilustrativa. (Foto: Ana Volpe/Agência Senado)

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As condições para entrar no mercado de trabalho no Brasil apresentam uma tendência positiva, conforme demonstram as estatísticas apresentadas nos últimos anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vale ressaltar que a redução da taxa de desemprego e aumento das vagas de emprego não está relacionada somente com as melhorias estruturais do mercado, mas também ao aumento de pessoas que optam pelo trabalho informal.

O IBGE divulgou a taxa de desemprego de 7,1% calculada pelo PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) referente ao trimestre (março – abril – maio) de 2024, considerada a menor taxa para o mesmo período nos últimos dez anos. No cálculo do índice, são consideradas as pessoas com idade ativa que não estão empregadas, mas estão disponíveis e buscam oportunidades de trabalho.

É crucial que as políticas públicas sejam bem elaboradas e colocadas em prática com o objetivo de criar empregos qualificados

Entre os indivíduos que, mesmo não tendo um emprego formal, não podem ser considerados como desempregados, estão, por exemplo, o estudante universitário que se dedica integralmente aos estudos, a dona de casa que não tem outra atividade remunerada e o empreendedor que gerencia o seu próprio negócio. Também estão fora do cálculo as pessoas classificadas como ocupadas, como os motoristas de aplicativo ou os atuantes no comércio ambulante, que exercem atividades na informalidade. 

Diversos fatores econômicos e políticos estão presentes na melhoria dos indicadores que medem a taxa de desemprego nos últimos anos. A legislação trabalhista flexibilizou as relações de trabalho entre empregador e empregado, favorecendo a geração de novas oportunidades de emprego, especialmente no setor de serviços. Os segmentos da indústria, agronegócio e construção também contribuíram significativamente para a melhora do indicador. Paralelamente, acrescenta-se a inclusão de indivíduos no mercado informal. 

Outro fator importante são as políticas públicas de incentivo ao empreendedorismo e ao microcrédito, sejam elas municipais, estaduais ou federal, que proporcionam aos brasileiros alternativas ao emprego formal, situação que reduz a taxa de desemprego.

A recuperação econômica do país, pós pandemia, também colaborou para que mais pessoas deixassem a condição de desempregado. Nos três últimos anos, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou números positivos, impulsionando alguns setores da economia proporcionando a criação de novas vagas de emprego.

Por outro lado, é fundamental avaliar a qualidade desses novos postos de emprego. Muitas das novas vagas estão concentradas no mercado informal, no qual os trabalhadores não têm direito a férias, previdência social, décimo terceiro salário e outros benefícios trabalhistas. Para reduzir o índice de desemprego com melhoria na qualidade vida, ainda há um grande desafio: investir na educação e qualificação profissional continuada. Essas questões devem estar nas pautas de nossos governantes para manter a sustentabilidade da redução do desemprego nos próximos anos.

De qualquer modo, os números apresentam um sinal positivo: redução do desemprego e a satisfação de milhões de brasileiros que estão vivendo novos desafios. Para que essa trajetória positiva continue, é crucial que as políticas públicas sejam bem elaboradas e colocadas em prática com o objetivo de criar empregos qualificados.

Joni Tadeu Borges, especialista em comércio exterior e finanças, com MBA em finanças corporativas e gestão de riscos, é professor de graduação e pós-graduação nos cursos de Comércio Exterior e Gestão Financeira da Uninter.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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