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Previsões otimistas nos alertam que a água se tornará um bem escasso em poucas décadas. A Unesco estima que em 30 anos o problema vai atingir 3 bilhões de pessoas. Previsões mais pessimistas anunciam uma catástrofe inevitável e de proporções apocalípticas: a absoluta falta de água potável tornaria largas partes do globo inabitáveis, provocando migração em massa, fome e morte. A própria sobrevivência da humanidade seria ameaçada.

Alguém pretende pagar para ver? Qualquer um desses cenários é suficientemente assustador para nos fazer refletir e agir prontamente. Cada um precisa fazer sua parte; afinal, a água é absolutamente essencial, pois sem ela não há forma de vida possível. Um reservatório de água doce, com 1.350 km2 de extensão, é um tesouro precioso que deve ser cuidado com todo zelo e preservado para as gerações futuras.

É o que a Itaipu Binacional vem fazendo por meio do Programa Cultivando Água Boa, lançado em junho de 2003. Baseado num novo modelo de gestão ambiental, que tem como principal diferencial seu caráter participativo, este programa abriga mais de uma centena de projetos e ações que vêm contribuindo decisivamente para a recuperação, proteção e preservação da Bacia do Paraná III.

O modelo de gestão por bacia hidrográfica traz enormes vantagens, permitindo um controle mais efetivo da sedimentação e da erosão, o aumento da produtividade agrícola, a preservação da biodiversidade, a conservação das matas ciliares e a produção de peixes. Como corolário, o programa protege o Reservatório de Itaipu, garantindo água limpa e saudável para os moradores dos 29 municípios lindeiros.

Três conceitos-chave se entrelaçam na concepção inovadora do Cultivando Água Boa: responsabilidade socioambiental, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida. A Itaipu assumiu o papel de indutora, facilitadora e articuladora de 108 ações que hoje integram o programa. Sua execução é assegurada por uma rede de mais de 1.700 parceiros. O envolvimento e o protagonismo das próprias comunidades têm sido decisivos para as mudanças.

Nos últimos quatro anos, o programa se consolidou em toda região, alcançando resultados expressivos. A receita de sucesso desta iniciativa é simples: planejamento estratégico de ações articuladas e integradas; educação ambiental; atuação em rede; mobilização e participação efetiva das comunidades.

No último dia 26 de setembro, Itaipu foi agraciada, em São Paulo, com o Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro 2007 pelo conjunto de ações desenvolvidas no âmbito do programa Cultivando Água Boa. Trata-se de um reconhecimento público que queremos compartilhar com todos os nossos parceiros, sem os quais não teríamos o que comemorar.

Por isso, ao receber o Prêmio das mãos do representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Haroldo Mattos de Lemos, o diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, e o superintendente de Meio Ambiente, Jair Kotz, representaram não apenas a Itaipu, mas todos instituições e comunidades participantes, que transformaram o Cultivando Água Boa num programa exemplar.

O equilíbrio do meio ambiente tem uma importância vital para a Itaipu. É a natureza que nos move, pois sem água não há geração de energia. E para proteger a riqueza natural que nos cerca, não medimos esforços. Os funcionários e colaboradores de Itaipu já incorporaram a consciência socioambiental como uma dimensão vital do seu trabalho e da missão da nossa empresa. O compromisso de todos com estes valores gerou uma sinergia com as comunidades, potencializando os resultados do programa.

Alcançar o topo no Ranking Benchmarking de Programas Ambientais 2007 é uma grande conquista para Itaipu. Este prêmio agrega valor à imagem da empresa, mundialmente reconhecida pelos padrões de excelência em geração de energia. Agora, estamos transformando a marca Itaipu em sinônimo de responsabilidade socioambiental, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida.

Sabemos que o reconhecimento da liderança da Itaipu em programas ambientais tem um preço: maior visibilidade implica em maior responsabilidade. Este prêmio é um incentivo para fazermos mais e melhor pelo meio ambiente. Afinal, cultivar água boa é preservar a vida.

Jorge Miguel Samek é engenheiro agrônomo graduado pela UFPR e desde 2003 ocupa o cargo de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional.

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