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Cuidar do ar importa

(Foto: Pixabay)

No ano de 1972 na Suécia, a sociedade dava um grande passo em relação às questões ambientais, através da Conferência de Estocolmo. Reunindo líderes de diversos países e nações, discutiu-se de maneira inédita a necessidade de conscientização sobre a relação humana com o planeta. Até então, todos os modelos de produção e consumo se baseavam na ideia de que o meio ambiente era uma fonte inesgotável de recursos, e que a ação humana não tinha um impacto direto na natureza.

Desde então, uma série de conferências, reuniões e pactos discutiram os impactos e criaram mecanismos para reduzir ou mitigar a nossas ações negativas ao planeta natural. Recentemente, em 2015, com a maturidade e a evolução do conceito de sustentabilidade a ONU lançou os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com metas globais e bastante ambiciosas, para serem atingidas até 2030.

Para que possamos reduzir a poluição no ar é preciso repensar os modelos de produção e consumo

No dia 5 de junho, celebramos o Dia do Meio Ambiente, data pensada para estimular a discussão e o debate em torno de todas as questões que envolvem a temática. Em 2019, o grande tema abordado é #CombaterAPoluiçãoDoAr, principal fator de risco ambiental para a saúde de todo o planeta. Considerando esse fato, é imperativo discutir sobre esse tema, especialmente em um país onde 76% da população vive em regiões urbanas e consequente está exposta mais diretamente aos diversos tipos de poluentes.

O processo industrial em muitos países utiliza-se de muitas fontes de energia não renováveis, sendo uma das maiores responsáveis pela poluição do ar. A produção termoelétrica, por exemplo, movida a carvão é a principal fonte energética em muitas nações. Além disso a industria química, de solventes e de extração de minérios contribui negativamente nesse panorama.

O Brasil tem um grande potencial energético, principalmente hidroelétrico, além de ser um dos dez maiores produtores de energia eólica do mundo. Dessa forma, um panorama de possibilidades se apresenta, especialmente se pensamos que hoje não temos grandes investimentos em energia solar. Porém com o processo inovativo e a redução dos custos da tecnologia se torna uma oportunidade de desenvolvimento. Segundo dados da ONU, 82 de um total de 193 países têm incentivos para investimentos em energia renovável e processos de eficiência energética, o que estimula o desenvolvimento nessa área e consequentemente impacta diretamente na qualidade do ar dessas regiões.

Em um país como o nosso, que baseia boa parte da economia em estradas, precisamos também virar nossa atenção ao setor de transporte, que representa quase um quarto das emissões de dióxido de carbono, ligados a uma grande quantidade de mortes prematuras. Estruturar políticas que estimulem o uso de combustíveis mais limpos, e potencializar o processo de fiscalização e padronização das emissões veiculares podem auxiliar na redução. Veículos elétricos ou híbridos, o uso de big data para gestão de trânsito, aplicativos e até diferentes meios de transporte são oportunidades para geração de novos negócios e tecnologia, alinhado ao panorama apresentado pela Agenda 2030.

Para que possamos reduzir a poluição no ar é preciso repensar os modelos de produção e consumo. Além dos exemplos apresentados como transporte e indústria, a produção agropecuária e a gestão de resíduos também se apresentam como pontos de alerta e atenção. No entanto, como indivíduos, também temos de refletir sobre as nossos hábitos diários e procurar possibilidades de reduzir o nosso impacto negativo no meio ambiente. Nossas atitudes importam e são necessárias para criar o futuro que queremos.

Gustavo Loiola é mestre em Governança e Sustentabilidade e supervisor de Sustentabilidade e Relações Internacionais no Isae Escola de Negócios, responsável por ações alinhadas com a Organização das Nações Unidas (ONU).

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