O tema é polêmico. O neurocientista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e coordenador científico do Instituto do Cérebro do RS (InsCer), Ivan Izquierdo, afirma que não há como fugir da decoreba. Concordo, alguns conteúdos são mais fáceis de serem assimilados por meio desse método.
Mas decorar não é garantia de aprendizagem. Pode até ajudar a lembrar de um ou outro tema, mas, muito mais do que apenas decorar um determinado assunto, é preciso saber para que ele serve e como usá-lo. Por isso, mais que treinar alunos para o vestibular, focando em fórmulas e métodos de estudo para se prestar apenas provas ao longo do ano (não estou aqui questionando a eficácia deste método), não seria muito mais vantajoso aos nossos estudantes aprender a raciocinar e a resolver questões com base em um conhecimento mais profundo?
Explico: ensinar o conteúdo e praticá-lo, mostrar a utilidade daquilo que é ensinado, oferecendo ao estudante um estudo consistente para uma vida toda, não parece mais proveitoso do que para apenas uma fase? Acredito que sim, e sinto um crescente movimento por parte dos pais em busca de uma escola que incentive o raciocínio lógico, a resolução de problemas, a formação de opinião e que acrescente mais valores na vida dos filhos do que apenas uma decoreba.
Hoje, precisamos de cidadãos que saibam Matemática, Física e todas as regras do português, mas também daqueles com noções de política, filosofia, sociologia e ciências, dentre tantas outras habilidades. Até mesmo porque a educação precisa acompanhar as demandas de um mundo tão tecnológico e globalizado. Por isso, os colégios devem estar preparados para ensinar não somente as matérias exigidas, mas também as relacionadas às virtudes e às habilidades interpessoais, formando seres capazes de ir além do que se espera, aumentando os conhecimentos dos alunos de forma dinâmica e interessante, deixando de focar em apenas uma fase da vida deles.
Cláudia Lebiedziejewski, diretora do International School of Curitiba (ISC)
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