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Deepfake: como a tecnologia que está mudando a linha entre a verdade e a ficção

Imagem do papa Francisco gerada por IA. (Foto: Reprodução/Midjourney)

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Imagine estar de férias, sob o sol equatorial, quando recebe uma mensagem alarmante: um desastre iminente anunciado por uma fonte confiável. Você corre? Fica? Como decidir em um mundo onde a tecnologia deepfake pode tornar qualquer ficção, uma realidade aparentemente incontestável? Em uma era digital em rápida evolução, a tecnologia de deepfake emerge como uma ferramenta poderosa, capaz de criar conteúdos falsos, mas extremamente realistas. A partir de modelos de IA generativos, é possível fabricar vídeos, áudios e imagens que desafiam nossa capacidade de discernir a verdade.

A manipulação digital não se limita a criar cenários fictícios alarmantes. Ela tem implicações reais e sérias, desde a indução de pânico em massa até a manipulação de decisões financeiras críticas, exemplificado por um caso onde um deepfake levou a uma transferência milionária indevida. Estudos indicam que a capacidade de detecção de deepfakes ainda está atrasada em relação à velocidade com que a tecnologia avança. Exemplos concretos, como a criação de discursos políticos falsos, destacam a urgência de uma solução.

Entretanto, o verdadeiro perigo dos deepfakes reside na erosão da confiança. Em um mundo saturado de informações, como podemos confiar no que vemos e ouvimos? A dúvida constante ameaça não apenas a veracidade da informação, mas a própria essência da comunicação humana. A resposta ao desafio dos deepfakes é multifacetada, envolvendo desde avanços tecnológicos em detecção até a educação digital crítica. A sociedade deve estar preparada para questionar, verificar e, acima de tudo, manter um diálogo aberto sobre a natureza mutável da verdade.

Enquanto navegamos por esse novo mar de incertezas, a responsabilidade recai sobre cada um de nós – consumidores, criadores e legisladores – para moldar um futuro onde a tecnologia sirva para unir, não para dividir. O desafio dos deepfakes é real, mas também é uma oportunidade para reafirmar nosso compromisso com a verdade.

Christiano Sobral é diretor executivo do escritório Urbano Vitalino Advogados.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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