Deus, pátria e família. Não, eu não estou falando sobre política. Muito menos sobre fascismo. Eu estou falando exatamente sobre o que essas palavras significam e me questiono até quando os valores serão invertidos. Quem tem uma mínima noção de interpretação e conhecimento, deve estar se perguntando que “mistureba” é esta que estou apontando no início deste texto, mencionando, inclusive, a questão polêmica do “fascismo”.
No dia 13 de setembro, uma juíza determinou a retirada de uma placa da cidade de Vale Real, interior do Rio Grande do Sul, que continha o seguinte teor: “Bem-vindos a Vale Real. Deus, pátria, família e liberdade”. Segundo a magistrada, a placa continha um conteúdo classificado como de cunho fascista.
Vale Real é a cidade onde cresci, onde minha família vive e foi lá que formei boa parte da pessoa que sou e da minha essência. E provavelmente por isso, que esse acontecimento me pegou de forma tão íntima.
Uma cidade que vivia em comunidade, que os vizinhos ajudavam uns aos outros. Um lugar que você conhece os filhos, os pais, avós e assim por diante. Uma cidade com valores e com essência. Uma cidade que valoriza a família e que enche as ruas nas procissões de Corpus Christi, ou seja, que reconhece suas raízes e tradições.
Participei da procissão de Corpus Christi neste ano e lembro de alguns rostinhos conhecidos que estavam lá, alguns, inclusive, que defendem abertamente o aborto, por exemplo, e que vibraram com a notícia da retirada da placa.
Os cidadãos e munícipes não podem permitir que esse abuso e inversão de valores entre pela porta da frente das suas casas. Nós estamos sendo atacados por defendermos bases extremamente importantes, as mais importantes, diga-se de passagem: a defesa da integralidade dos costumes.
Falar de Deus e família virou um ato fascista, atrelado a uma ideologia política. Temos vivido tempos estranhos, para não citar outras palavras. Dizem que vivemos em um país livre e democrático. Mas diante de fatos como a ordem da juíza, eu me pergunto, o que é de fato uma democracia? Participo ativamente das missas aos domingos e quando posto nas redes sociais algo relacionado a minha fé sou xingada inúmeras vezes, tal como quando emito uma opinião baseada nas minhas crenças.
Dizem que eu não posso achar anormal a sexualização das crianças, nem ser contra aborto. Eu não tenho esse direito. Eles querem ter o direito de mandar na nossa Fé, ditar regras sobre moral e ética. Mas ninguém pode mandar na nossa família. Para mim, isso, sim, é fascismo, criticar, censurar e até criminalizar os valores que respeitamos e queremos levar adiante.
Marthina Brandt, empresária, Miss Brasil 2015 e CEO do Miss Universo Brasil.