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O cerco à Companhia Paranaense de Energia (Copel), se fecha a cada dia. De um lado está o governador estadual que precisa de grana para tapar os buracos no Estado e eleger o sucessor. Do outro lado estão o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que ditam as regras do neoliberalismo e exigem de nós como moeda de troca dos empréstimos para pagar empréstimos, a venda de todas as estatais, especialmente as estratégicas e lucrativas, como a nossa companhia de eletricidade e a Sanepar.
A Copel, empresa pública que gera, transmite e distribui a energia elétrica no Paraná, é lucrativa, é modelo de atendimento ao consumidor, trabalha com tecnologia de ponta e investe, sabiamente, em pesquisa e desenvolvimento tecnológico por meio do Laboratório Central de Eletrotécnica e Eletrônica, cooperação entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Copel, que muito tem contribuído para o avanço científico em nosso estado, promovendo importantes inovações no setor elétrico através de projetos de pesquisa, por exemplo, em eletrocerâmicos, corrosão, degradação de materiais.
Portanto, não por acaso, é a maior empresa pública do Paraná e uma das melhores, senão a melhor, no segmento de geração, transmissão e distribuição de energia do Brasil. Só mesmo um governo adepto do neoliberalismo poderia ter a coragem de privatizar, com o modelo disfarçado de “corporation”, em momento de escalada de desemprego, aumento das tensões sociais no Brasil pós-eleição, crise na Argentina, Guerra da Rússia contra a Ucrânia com participação da OTAN cada vez maior e a imprevisibilidade da Urgência Climática no Mundo, com projeção de um cenário econômico e social cada vez mais desastroso, uma empresa tão importante e promitente para o desenvolvimento do Estado do Paraná, como a Copel.
Ademais, o povo paranaense não vai se esquecer dos deputados que por ventura votarem a favor dessa afronta e saberá dar o troco no momento propício: nas próximas eleições. Quanto ao governo estadual, este sempre será lembrado por todos nós, tanto pela privatização da Copel Telecom, doado ao fundo de investimento Bordeaux, como pelo cerco e provável venda do maior orgulho e símbolo de eficiência, qualidade e pujança dos paranaenses, a Copel.
Antonio Sérgio Neves de Azevedo é engenheiro e mestrando em Direito.