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Deixem Israel vencer: o Hezbollah precisa ser detido

Bandeira de Israel é estendida em prédio bombardeado pelo Hezbollah no norte israelense: país vive dia de acirramento das hostilidades (Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN)

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Vários atores políticos relevantes que atuam nas arenas (inter) nacionais estão fazendo o possível para evitar que Israel vença a guerra contra o Hamas e o Hezbollah. Um deles foi sócio-fundador do Foro de São Paulo. Já o outro militou no Partido Socialista português e presidiu a Internacional Socialista (1995-2002). A esquerda, via de regra, não consegue perceber que há em curso um choque entre civilizações. Não leram Samuel Huntington.

Israel é o único país democrático, liberal e adepto da economia de mercado na região. Está sendo atacado, simultaneamente, em sete frentes (Hamas, Irã, Líbano, Hezbollah, Síria, Houthis e Iraque), nove fora a hostilidade da China e Rússia. A oitava frente é de cunho diplomático, sob a liderança partidária da ONU.

Há onze meses, o Hezbollah bombardeia Israel, criando, desse modo, refugiados israelenses dentro do próprio país. Isso nunca aconteceu na história de Israel

Enquanto o Líbano foi governado majoritariamente pelos cristãos maronitas, o país prosperou. Beirute ficou conhecida como a Paris do Oriente Médio. À medida que a presença islâmica fundamentalista foi crescendo, o País dos Cedros começou a claudicar. Esse quadro se deteriorou com a chegada do Hezbollah, sob o manto protetor do Irã. O Líbano perdeu sua soberania política, tornando-se um estado ‘falido’.

Quem manda no sul do país não é o exército libanês, que, por sinal, tem menos poder de fogo que a milícia fundamentalista islâmica. Portanto, quem ocupa o território libanês é o Hezbollah, violando, inclusive, a Resolução 170 da ONU, que proibiu as tropas armadas das milícias de ficarem estacionadas ao sul do Rio Litani. O mundo se calou, e Israel engoliu a seco a situação, desde que não houvesse hostilidades bélicas que atingissem a população israelense que habita terras fronteiriças ao Líbano. Só que isso não ocorreu. Há onze meses, o Hezbollah bombardeia Israel, criando, desse modo, refugiados israelenses dentro do próprio país. Isso nunca aconteceu na história de Israel.

O Hezbollah cresceu e conquistou vagas no parlamento libanês. Um inusitado arranjo institucional: milícia terrorista com representação formal no jogo político. E foi radicalizando sua retórica antissemita. Nasrallah, no ano 2000, afirmou: “Sou contra qualquer reconciliação com Israel. Nem reconheço a presença de um Estado chamado ‘Israel’”. E continuou: “Este [Israel] é um Estado ilegal; é uma entidade cancerosa e a raiz de todas as crises e guerras, e não pode ser um fator para trazer uma paz verdadeira e justa nesta região. Portanto, não podemos reconhecer a existência de um Estado chamado Israel, nem mesmo em um futuro distante”.

Dois anos depois, Nasrallah revelou “que os judeus se reunirão de todas as partes do mundo na Palestina ocupada, não para trazer o anticristo e o fim do mundo, mas sim porque Alá, o Glorificado e Altíssimo, quer salvá-los de termos que ir até os confins do mundo para matá-los, pois eles se reuniram em um lugar, e lá a batalha final e decisiva acontecerá”.

Nesse mesmo ano, Nasrallah cravou: “Se procurássemos no mundo inteiro por uma pessoa mais covarde, desprezível, fraca e débil em psique, mente, ideologia e religião, não encontraríamos ninguém como o judeu. Observe, não digo o israelense”. E continuou: “Operações de martírio – atentados suicidas – devem ser exportadas para fora da Palestina. Eu encorajo os palestinos a levarem atentados suicidas para o mundo todo. Não tenham vergonha disso”.

Dito e feito. O Irã planejou e ordenou ao Hezbollah que perpetrasse um letal atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994. Foram mortas 85 pessoas e 300 resultaram feridas. Dois anos antes, a sede da embaixada de Israel em Buenos Aires foi atacada, resultando na morte de 29 indivíduos. O peronismo pouco fez para esclarecer os atentados. Não me lembro de ter havido qualquer passeata por parte de estudantes “progressistas” de Harvard, Yale, Stanford etc. contra a morte de civis inocentes. Tudo é muito seletivo. O que conta para esse pessoal é aquilo que possa impedir Israel de ganhar a guerra.

Jorge Zaverucha é doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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