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Democracia digital só existe com viabilidade financeira para o pequeno empresário

Imagem ilustrativa. (Foto: Pixabay)

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Uma série de inovações tecnológicas em diversas áreas chega praticamente todos os meses para facilitar a vida dos donos de negócios de vários tipos e tamanhos, mas principalmente a vida dos clientes. No ramo das fintechs, por exemplo, o uso das maquininhas de cartão aumentou consideravelmente com o crescimento exponencial no delivery, que antes era opção no segmento de gastronomia somente para negócios especializados, mas agora se firmou como única opção para vários segmentos manterem seus negócios funcionando. Além disso, muitas pessoas tiveram de empreender como uma alternativa para gerar renda, necessitando de meios de pagamento para movimentar seus negócios. Mas o que falta nos dias de hoje é a democratização do acesso às ferramentas com alta tecnologia para microempreendedores ou empreendedores individuais, mais conhecidos como MEIs, por exemplo.

Neste nicho de pequenas e médias empresas (PMEs), podemos focar em pessoas que, durante a pandemia, foram demitidas de seus empregos e precisaram se mexer para sobreviver, seja vendendo comida feita na cozinha de casa, confecções manuais de roupas e artigos diversos, ou várias outras atividades. A tecnologia e todo o seu avanço fizeram com que isso fosse possível, mas logo após embarcar em micronegócios assim, os empreendedores se deparam com um empecilho: as taxas, tanto das fintechs como das startups de delivery.

Apesar de todo esse encanto do mundo digital, que possibilita transações, cobranças e recebimentos a distância, pedidos e envios de qualquer coisa por delivery via aplicativos de entrega, não adianta de nada se o pequeno empreendedor for altamente taxado toda vez que realizar uma venda. Por isso devem ser enaltecidas cada vez mais as soluções que ofereçam taxas baixas para que impulsionem esses comerciantes.

Os aplicativos de delivery geralmente cobram um porcentual por entrega efetuada (alguns chegam a 30%), que sai do bolso do estabelecimento. E a alternativa, neste caso, são modalidades que oferecem uma parcela fixa mensal, independentemente da quantidade de pedidos enviados durante o período. Isso traz comodidade e segurança para os clientes, que não precisarão sair de casa, e acessibilidade para os pequenos empresários.

É preciso olhar para a nova realidade do mercado e da economia para perceber o quão importante é, especialmente para o pequeno empreendedor, diminuir os custos. Pois, apesar de todos os desafios que 2020 e a pandemia causada pelo novo coronavírus nos trouxeram, alguns setores cresceram e muito. Com as pessoas ficando mais tempo em casa, devido às medidas de isolamento impostas pelos governos para frear o avanço da Covid-19, o mercado de delivery, por exemplo, disparou durante o ano passado.

De acordo com um levantamento feito pelo Compre&Confie, em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, logo no início da pandemia o comércio eletrônico brasileiro assistiu a um crescimento de 32,6% somente no número de pedidos. Em março de 2020, período em que o Brasil começou a elaborar medidas mais restritivas de quarentena, ainda segundo o estudo, as vendas digitais de produtos relacionados à saúde cresceram 111%. Quando o assunto é supermercado, o aumento foi de 80%.

Demos um grande salto no processo de digitalização nos últimos meses, e que mexeu com a economia nacional e mundial de forma permanente. Então, mais do que nunca, é necessário trazer o “novo normal” para dentro dos “novos negócios”.

Kawel Lotti é fundador do Grupo Ceofood e da fintech Ceopag.

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