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Dengue no Brasil: desafios na vacinação e a necessidade de ações coordenadas

O Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. (Foto: Ag. Pará/Divulgação)

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A situação da dengue no Brasil apresenta desafios crescentes, e a recente declaração de estado de emergência em São Paulo pelo Centro de Operações de Emergências (COE) intensifica a necessidade de ações coordenadas para combater a doença. A abordagem gradual da campanha de vacinação no Sistema Único de Saúde (SUS), com foco em crianças e adolescentes, torna-se mais premente diante do aumento alarmante de casos, atingindo 300 casos confirmados para cada grupo de 100 mil habitantes em São Paulo.

A disparidade econômica na acessibilidade à vacina Qdenga na rede privada, com custos elevados de aproximadamente R$ 369 por dose, agrava a desigualdade no acesso à saúde. Essa realidade, somada à falta de clareza no cronograma de imunização, gera frustração e insegurança na população.

O decreto de estado de emergência em São Paulo e em outros estados permite uma resposta mais ágil por parte dos gestores públicos, possibilitando a destinação rápida de recursos para combater a dengue, sem a necessidade de licitação. Esta medida, no entanto, destaca a urgência de ações mais eficazes para conter a propagação da doença.

Diante desse cenário, é crucial que o governo, em conjunto com a sociedade civil, intensifique esforços para enfrentar a crise de saúde pública. A aceleração da vacinação no SUS deve incluir uma ampliação do público-alvo, abrangendo faixas etárias mais vulneráveis. Além disso, negociações com a indústria farmacêutica para reduzir os custos da Qdenga são imperativas para torná-la mais acessível.

A sociedade civil desempenha um papel vital na conscientização sobre a prevenção da dengue e na pressão por ações governamentais efetivas. O monitoramento eficaz dos casos, a transparência na comunicação e a resposta rápida às emergências são fundamentais para enfrentar a atual crise.

É crucial considerar também que a Qdenga, segundo a Anvisa, pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos. A conscientização sobre a disponibilidade e a eficácia dessa vacina pode contribuir para a ampliação da imunização.

Cabe salientar que o enfrentamento contra a dengue exige uma resposta conjunta e coordenada, envolvendo governos, setor privado e sociedade civil. A implementação eficaz de medidas preventivas, a ampliação da vacinação com a Qdenga e a busca por preços acessíveis são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar de todos os brasileiros.

Vinícius Bednarczuk de Oliveira é farmacêutico, doutor em Ciências Farmacêuticas e coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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