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O desafio de cuidar das pessoas com asma no Brasil

(Foto: Freepik)

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O tratamento da asma no Sistema Único de Saúde (SUS) acaba de ser atualizado. Em 22 de dezembro de 2023, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Asma foi publicado por meio da Portaria Conjunta SAES/SECTICS/MS 32. Um PCDT é um documento que determina como devem ser o diagnóstico e o tratamento da doença no SUS. Muitos avanços já foram conquistados no tratamento da asma e da asma grave nos últimos anos. Mas ainda temos importantes desafios pela frente para que os pacientes tenham acesso a tratamento adequado e a cuidado multidisciplinar.

Um dos desafios é o subdiagnóstico da doença. Sociedades médicas e associações de pacientes têm se unido em eventos e em campanhas para promoverem o diagnóstico correto da asma e o cuidado dos pacientes em todo o sistema de saúde, desde a atenção básica, com as unidades básicas de saúde (UBS), até a atenção especializada.

Para otimizar o diagnóstico correto da asma é preciso investir em conscientização da população e em educação continuada dos profissionais de saúde. É preciso que as pessoas tenham acesso à espirometria e a acompanhamento na atenção básica, onde está boa parte dos pacientes. Além disso, precisamos de mais centros de referência em asma para os casos mais complexos, com  médicos especialistas e equipes multiprofissionais.

A asma é uma doença crônica e afeta 23% da população brasileira. Além de ser subdiagnosticada, médicos especialistas costumam dizer que ela é também subestimada. Muitas pessoas que têm asma não sabem que têm uma doença crônica e que precisam de tratamento contínuo. Elas acreditam que têm bronquite e que precisam de tratamento apenas quando sentem falta de ar. Ou seja, os pacientes também precisam de informação para buscarem acesso ao cuidado adequado. A criança com asma leve que não recebe tratamento adequado, por exemplo, pode se tornar um adulto com asma grave.

Muitas pessoas que têm asma conseguem controlar a doença com medicações diárias de manutenção e medicação de alívio quando há piora dos sintomas, evitando também os gatilhos que podem piorar o quadro. Mas para aquelas pessoas que têm asma grave, essas terapias podem não ser o suficiente para controle da doença. A gravidade da asma, como dizem os especialistas, significa o quanto de remédio é preciso para controlar a asma.

Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para tratamento da asma grave, como os chamados medicamentos biológicos. Mas esses tratamentos, que podem diminuir exacerbações e hospitalizações e trazer qualidade de vida, precisam chegar a quem necessita. Além disso, essas tecnologias precisam ser oferecidas no SUS acompanhadas de apoio, cuidado multidisciplinar e informação.

As associações de pacientes e instituições do terceiro setor têm um papel fundamental no cuidado desses pacientes, seja com acolhimento e ações de educação, seja promovendo melhor adesão ao tratamento com apoio e informação. Uma doença prevalente e com desafios tão complexos exige união de esforços e comunicação assertiva.

Flávia Lima, jornalista, pós-graduada em Saúde Coletiva e em Comunicação em Saúde pela Fiocruz Brasília, é presidente da Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (ABRAF).

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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