Um aluno nu desce as escadas da universidade com um tijolo amarrado no pênis. A outra, também nua, faz um “teatro” no câmpus universitário simulando ser um bicho. Um terceiro urina na colega no chão, num “ato de protesto”. Os casos não são isolados, mas se repetem por todo o país.
Fora isso, temos muitas drogas, enquanto a polícia “fascista” é impedida de impor a lei e a ordem. Alunos promovem “ocupações” e destroem tudo. Por fim, vemos teses sobre o funk, a orgia e outros temas de profundo “interesse nacional”.
Eis um resumo do quadro atual de nossas universidades federais, que se transformaram em antros de comunismo e anarquia, especialmente na área de humanas. O grau de doutrinação ideológica e bagunça é tanto que se fala em “antes” e “depois” da federal, com imagens bizarras – e tristes – de jovens que entraram normais e saíram deformados, física e mentalmente falando.
O que está acontecendo? Negar a realidade não é possível. Descartá-la como algo comum da juventude tampouco: nem sempre foi assim, e a coisa vem piorando muito. É preciso encontrar alguma explicação para o fenômeno.
E é o que fez Flávio Gordon em A corrupção da inteligência, lançado recentemente pela Record. Trata-se de uma análise detalhada que disseca o estrago causado pelos “intelectuais” de esquerda nas últimas décadas, tendo como alvo principal – mas não o único – a academia.
O ano de 1968 foi o ano que nunca terminou
A farta bibliografia usada, com fontes como Roger Scruton, Roger Kimball, Thomas Sowell, Theodore Dalrymple, Julien Benda e tantos outros, já mostra o abismo que se abriu entre nossos típicos acadêmicos e quem realmente busca conhecimento: quase nenhum desses autores é mencionado em nossas salas de aula, são ilustres desconhecidos dos jovens, que, por sua vez, idolatram Marx, Gramsci, Foucault, Marcuse e companhia.
Nada disso é obra do acaso. Houve uma infiltração comunista nas universidades, e a esquerda gozou de uma hegemonia ao longo das últimas décadas. Esses “intelectuais” passaram a disseminar uma ideologia de forma às vezes escancarada, às vezes velada, mas sempre mantendo de fora o contraditório, que era ridicularizado, tachado de “fascista”, ou simplesmente ignorado numa “espiral de silêncio” orquestrada pelos acadêmicos.
Esse “emburrecimento” produziu uma elite que sabe repetir slogans e frases prontas de efeito, fazer muitas “manifestações” violentas em prol de partidos de esquerda, ou encenar atos patéticos em público. Só não sabe o que é liberalismo ou conservadorismo, quem foram seus grandes pensadores, e o que exatamente eles pregam. Basta gritar “fascistas”, “golpe” ou “Fora, Temer”, e estarão dispensados de apresentar argumentos em debates civilizados, justamente o que deveria ser a essência de uma universidade.
“O fato é que, confundindo malícia com inteligência, tapinhas nas costas com gestos de benevolência, os brasileiros foram seduzidos – uns por carência material, outros por carência espiritual, outros ainda por oportunismo”, explica Gordon. Um show de muito cinismo e propaganda que esteve a serviço de líderes como Lula, um notório corrupto, responsável pela destruição de nossa economia e quase de nossa democracia, mas ainda reverenciado por essa elite “intelectual”.
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Para impor uma narrativa sedutora de luta pela liberdade contra “opressores”, era necessário um inimigo terrível, e o regime militar era o alvo perfeito. Os “intelectuais” seriam os eternos revolucionários contra a ditadura, ainda que defendessem outra bem pior, ou que a redemocratização já tenha ocorrido há décadas, e com a vitória das esquerdas, da mais moderada (PSDB) à mais radical (PT).
O ano de 1968 foi o ano que nunca terminou: essa turma ainda está aprisionada naquele discurso surrado, falso, que transforma admiradores de Fidel Castro em democratas corajosos dispostos a “morrer” pela liberdade. Mas não há nada mais establishment e seguro do que bancar o revolucionário socialista no Brasil. Os recursos jorram em suas ONGs, os cargos públicos abundam, a Lei Rouanet é uma mãezona.
Ignorado nesse espetáculo todo está o trabalhador, o sujeito de classe média que demanda mais segurança e emprego. Esse é um “fascista”, como disse Marilena Chauí, ícone desses “intelectuais”. O povo é só uma abstração, um mascote para os devaneios dessa “classe falante”. Somente os “movimentos sociais”, ou seja, a patota organizada, têm voz nessa “revolução”, enquanto seus representantes continuam surdos “à sinfonia cotidiana do cidadão comum”. Há um abismo intransponível entre a pauta dessa gente e aquela da população de carne e osso.
Mas nada disso é discutido a fundo, menos ainda nas universidades. A pobreza e a superficialidade do debate público no país são visíveis. Para Gordon, o dever último do intelectual verdadeiro é “a honestidade de dizer o que precisa ser dito da maneira mais franca possível”. É patente a traição de nossos “intelectuais”, que ora mentem de forma espantosa, ora dissimulam sua ideologia em um linguajar obscuro. Tudo serve para mascarar seu intuito real: espalhar o socialismo pelo país.
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O sucesso dessa estratégia pode ser medido não só pela chegada do PT ao poder, como pela imprensa dominada por esses radicais. E pior: que se julgam moderados e imparciais! Em muitos casos, sinceramente. A ausência de sinais de que nossos jornalistas têm noção da existência do problema comprova o grau do estrago.
Os exemplos do viés seriam infindáveis, como o uso abundante de eufemismos, como “ativistas” para se referir a terroristas comunistas ou “ocupação” para falar de invasões ilegais, ou então a inexistência do termo “extrema-esquerda” nas reportagens, mesmo quando se trata de comunistas, enquanto basta não ser socialista para virar “direita” e ser um pouco mais conservador para virar “ultraconservador” ou “extrema-direita”.
Compreender essa “longa marcha” da extrema-esquerda é crucial para entender o mundo moderno. Gordon deu uma contribuição inestimável a esse esforço. Pode parecer coisa de maluco considerar Valesca Popozuda uma “grande pensadora brasileira”, e de fato é. Mas quem conhece as metas dos comunistas saberá que há método nessa “loucura”.
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