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A recente declaração de Donald Trump sobre o Brasil não é apenas mais uma de suas frases de impacto, como as que fez sobre a Groenlândia, o Canal do Panamá e o Canadá. Quando afirma que “eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles”, Trump envia uma mensagem clara e direta ao governo Lula: as escolhas feitas pelo Brasil terão consequências. E digo isso pelas medidas impostas por Trump à Colômbia, que questionou o envio de deportados em voos militares. A resposta foi dura, impondo tarifas de 25% sobre produtos colombianos que entrassem nos EUA, entre outras sanções.
O impasse foi rapidamente resolvido – é verdade – mas apenas após o governo da Colômbia aceitar "todos os termos” impostos por Trump. A questão é: e se fosse Lula, que chamou Trump de nazista e declarou abertamente seu apoio à democrata Kamala Harris e insiste em abraçar regimes e apoiar Hamas, Irã e Vladimir Putin, o que poderia acontecer ao Brasil?
Nos próximos dois anos, o Brasil dependerá das escolhas de um (des) governo que parece mais interessado em ideologias de gabinete do que em resultados reais e práticos para o país
O viés ideológico do governo petista já está cobrando um preço alto de nós brasileiros. A declaração de Trump não deixa dúvidas: em um mundo onde alianças estratégicas determinam o sucesso econômico e político das nações, não dá para romantizar qualquer relação com regimes autoritários. Políticos com síndrome de Poliana, que baseiam suas decisões em ideologias fracassadas, não sobrevivem nesse tipo de tabuleiro.
Enquanto Lula tenta se vender como um mediador global, Trump expõe a fragilidade da política externa brasileira, colocando em xeque a credibilidade do Itamaraty. A vizinha Argentina, de Javier Milei, tem portas abertas em Washington. O Congresso Americano estuda maneiras de implementar retaliações e restrições aos violadores de direitos humanos no Brasil, indistintamente de cargos ou posições.
Não podemos fechar os olhos para as ações do STF que levaram o Brasil a ser protagonista no Congresso dos EUA por decisões contra a SpaceX, de Elon Musk, atual braço direito de Trump. O Supremo ainda esticou a corda ao vetar a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro à posse. A verdade é que o Brasil precisa muito mais dos Estados Unidos do que o inverso. Desde o início do atual mandato, o governo Lula tem ignorado essa realidade em favor de alianças com regimes autoritários que não compartilham nossos valores e, pior, não oferecem o mesmo potencial de retorno econômico e geopolítico. A insistência nessa estratégia de isolamento ocidental pode custar caro, colocando em risco conquistas históricas nas relações comerciais e diplomáticas, conquistadas ao longo da história.
É impossível ignorar que os Estados Unidos são um dos principais parceiros do Brasil, especialmente no comércio. Insistir em políticas que enfraquecem essa relação é não apenas um erro, mas um ato de irresponsabilidade. A fala de Trump não é apenas uma crítica; é um aviso de que a posição internacional do Brasil sob Lula está sob análise da maior potência econômica mundial.
Nos próximos dois anos, o Brasil dependerá das escolhas de um (des)governo que parece mais interessado em ideologias de gabinete do que em resultados reais e práticos para o país. Resta saber se Lula continuará sacrificando o futuro e a diplomacia do Brasil em nome de uma agenda que só beneficia ele mesmo e seu bando político.
Como dizia John F. Kennedy, "A verdadeira diplomacia nunca tem medo de negociar, mas também nunca deve negociar com medo". Que o Brasil abandone as ilusões ideológicas da esquerda e retome o pragmatismo necessário para garantir sua relevância e prosperidade no cenário global.
Fabio Oliveira é especialista em Gestão Pública e deputado estadual no Paraná.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos