O varejo eletrônico (e-commerce) cresce a olhos vistos e ainda tem muito para ser explorado no Brasil. Para se ter uma ideia do potencial dessa ferramenta para o mercado, nos Estados Unidos cerca de 2/3 das compras de Natal de 2012 se originaram em ambientes digitais. Tanto no Brasil quanto no Paraná, as vendas no e-commerce são ínfimas se comparadas às vendas em lojas físicas. Nesse cenário on-line, surge a figura do neoconsumidor, que cada vez mais exige ambientes digitais detalhados e eficazes que lhe garantam a melhor experiência de compra. Entramos em uma época com diferentes paradigmas, onde é necessária a convergência entre a internet, a loja física e outros canais para garantir uma eficiente plataforma de relacionamento entre o consumidor e o lojista.
Esse foi um dos temas mais recorrente durante a última convenção da National Retail Federation (NRF), que ocorreu no início deste ano, em Nova York, e que reuniu mais de 27 mil pessoas, de 82 países, para analisar e debater tendências e inovações do varejo mundial. A delegação brasileira no evento contou com cerca de 1,7 mil empresários, o que demonstra o interesse do nosso setor varejista em conhecer as tendências e inovações do setor globalizado.
A estimativa de crescimento do e-commerce no Brasil para este ano gira em torno dos 25%, o que corrobora com a indicação de que o consumidor está atento às novidades e explorando as possibilidades. As vendas pela internet tendem ainda a se tornar mais frequentes, alicerçadas pela diferença de preços que temos entre o físico e o virtual. Essa disparidade nos preços também tem criado um fator comportamental até então desconhecido. Não são raros os casos em que o consumidor busca uma loja física para conhecer melhor um produto e direciona a compra a alguma loja virtual. Um dado que baliza esse comportamento é o de que 53% dos domicílios das classes C, D e E estão on-line, ou seja, têm computadores ligados à internet.
Esse é um fator que, de certa forma, preocupa as micro e pequenas empresas, que não têm condições para "aderir" ao e-commerce, pois, além do custo elevado que se tem para manter um portal de venda, há de se contar também com uma logística diferenciada e estoque para atender à demanda.
Enfim, no Brasil, precisamos de uma política fiscal que garanta a competitividade. No cenário atual encontramos alguns gargalos. As empresas que operam este tipo de varejo estão em estados que têm contribuição diferenciada e esse é um dos principais fatores que interferem diretamente na diferença de preços e que prejudica, sobremaneira, as micro e pequenas empresas, que são as maiores empregadoras do país.
André Luiz Pellizzaro é gestor-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Curitiba, responsável pelo atendimento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em Curitiba e região metropolitana.