| Foto: Robson Vilalba/Thapcom

A cada 29 de março Curitiba sempre tem o que comemorar. É uma data especial de uma cidade especial, com muitas conquistas e uma rica história que faz desta uma capital única e que merece ser enaltecida para o mundo e para seus cidadãos e cidadãs.

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Todos sabem que dedico minha vida à cidade que tanto amo e que procuro sempre compreender mais e melhor. Celebramos os 300 anos de Luz. Quis o povo que aqui estivéssemos neste ano 325. Tenho honra e orgulho, portanto, de estar novamente na posição de prefeito para, na próxima quinta-feira, poder brindar nossa capital com todos os curitibanos. Honra, orgulho e felicidade, porque na data dos seus 325 anos temos realizações a serem comemoradas e história a ser celebrada.

Ao longo do último ano, Curitiba vem demonstrando toda sua especial capacidade de se mostrar muito maior que seus desafios e problemas – e esses, todos sabemos, sempre existirão em qualquer parte do mundo.

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Curitiba, no entanto, jamais será definida pela desventura.

Está talhado no Templo do Monte Abu, no coração da Índia, um sábio adágio, um verdadeiro ensinamento universal: “O que não se compartilha se perde”. Para o aniversário, estamos compartilhando o orgulho curitibano com ações em todas as regionais. É preciso que os moradores vivam e participem das conquistas de sua cidade, seja na inauguração de uma praça, no “parabéns a você” e no pedaço de bolo numa Rua da Cidadania, na entrega de uma obra, de uma peça de arte, de novos ônibus ou numa apresentação da Camerata Antiqua.

Esta é a capital que investiu em planejamento, antevendo o futuro, antes de todo mundo

Teremos tudo isso neste mês. Mas é preciso também compartilhar que a pujança de Curitiba cobra um alto preço de seus governantes, de cuja capacidade e eficiência depende a evolução do município. Tivemos no último ano grandes desafios, que estamos contornando focados em manter nossa capital em condições de ser aquilo que ela sempre foi: um lugar a cada dia melhor para seus moradores. Nesta tarefa, vencemos situações (herdadas) de absoluta negligência com as boas práticas da administração pública. Estamos nos recuperando de um rombo orçamentário gigantesco, mas colocamos a casa em ordem e voltamos a crescer – como o curitibano espera.

Curitiba está vendo novos ônibus nas ruas, conclusão de obras há muito paradas, vias e espaços públicos recebendo manutenção adequada, conseguimos viabilizar um plano de novas obras de quase R$ 500 milhões, recuperamos a credibilidade com os organismos federais e estaduais, os estoques de remédios estão em ordem, todos os compromissos estão sendo honrados rigorosamente em dia. Ao recuperar o tempo passado desperdiçado, conseguimos ainda avançar em várias frentes.

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Se o tempo presente pede inovação, o futuro a exige. Está aí o Vale do Pinhão se desenvolvendo com a robustez de uma araucária – e dando espaço para startups e criativos mostrarem todo seu potencial, naquilo que resultará a força de uma cidade integrada ao mundo – e, quiçá, novamente dando exemplos inovadores para todo o planeta. O App Saúde Já está retirando as pessoas das filas para marcação de consultas nas unidades de saúde. Outros apps virão para melhorar o serviço à população. Os Faróis do Saber estão se transformando em Faróis da Inovação, como pedem os novos tempos em que ao lado de livros é preciso tecnologia. O Linhas do Conhecimento está disseminando ensinamentos aos nossos estudantes. Estamos diminuindo a burocracia para quem quer empreender e promovendo eventos que enriquecem nosso ambiente e movimentam a economia.

Curitiba volta, enfim, a ser Curitiba.

Nada disso, no entanto, deve ser considerado um presente para os curitibanos; é tudo fruto de nossa obrigação como gestor público responsável.

Leia também: O declínio do transporte coletivo (editorial de 23 de outubro de 2017)

Leia também: O alto preço da irresponsabilidade (artigo de Vitor Puppi, publicado em 21 de abril de 2017)

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O presente que ouso entregar neste aniversário de Curitiba é um singelo brinde que gostaria de ver repetido em toda casa ou escritório da cidade, para que tenhamos todos orgulho daquilo que somos e conquistamos ao longo de uma história especial. Orgulho de uma cidade que mostrou ao mundo que a vida das pessoas melhora quando seus governantes têm os olhos voltados para o bem comum. Que provou que o transporte coletivo vale a pena quando todos só pensavam em carros. Que construiu parques antes que as áreas virassem favelas. Que ergueu Faróis do Saber para espalhar livros e divulgar internet pioneira no mundo – e que hoje transforma esses Faróis em núcleos promotores de inovação, com fab labs públicos.

Esta é a capital que investiu em planejamento, antevendo o futuro, antes de todo mundo. E foi imitada por 250 cidades com seus BRTs. Que surpreendeu Alvin Toffler, Mario Vargas Llosa e Umberto Eco, ícones da intelectualidade mundial – e que surpreende tantos quantos a visitam e reparam na organização, na educação do povo e na riqueza em seu sentido mais amplo. Que recebeu da ONU o Prêmio Habitat 1996, um reconhecimento mundial à nossa Prefeitura Humanitária. Que mostrou que a saúde pública pode ter a mesma qualidade da particular: o SUS Curitibano, em fevereiro passado, atendeu 7.764 consultas médicas por dia nas 111 unidades de saúde, somando 133.688 consultas em 28 dias. Acrescente-se a isso 114.143 procedimentos odontológicos, bem como 76.250 pessoas em urgência ou emergência nas nossas UPAs.

Esta é a amada Curitiba, berço ou moradia de grandes brasileiros, como Alfredo Romário Martins, Ildefonso Pereira Correia – nosso Barão do Serro Azul –, Victor Ferreira do Amaral, Nilo Cairo, Maria Falce de Macedo, Monteiro Tourinho, Hugo Simas, Poty Lazzaroto, Vilanova Artigas, Brasílio Itiberê da Cunha, César Pernetta, Helena Kolody, João Turim, Tasso da Silveira, Bento Munhoz da Rocha Netto, Carmem Carneiro, Lange de Morretes, Miguel Bakun, Maria Polenta, Paulo Leminski, Wilson Martins, Clotário de Macedo Portugal, Erbo Stenzel, Rocha Pombo, Guido Viaro, Comendador José Ribeiro de Macedo, Ney Braga, João Baptista Groff, Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, Zilda Arns, Paulo Leminski... E paro por aqui porque a lista é longa.

Que é berço ou moradia de grandes brasileiros, como Jaime Lerner, Dalton Trevisan, Cristovão Tezza, Ary Fontoura, Silvio Back, Luís Mello, Herson Capri, Rogério Dias... E paro por aqui porque a lista também é longa.

Curitiba jamais será definida pela desventura

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Que teve e tem famílias dedicadas a escrever nossa história num dia a dia de trabalho árduo: Cini, Abreu, Todeschini, Romani, Hauer, Prosdócimo, Dacheux, Madalosso, Bettega, Garfunkel, Ficinski, Frischmann, Fontana, Karam, Essenfelder, Pericás, Seiler, Gasparim, Schimidlin e tantas outras não tão conhecidas, mas também importantes para o desenvolvimento da nossa terra.

Que abrigou a primeira universidade brasileira, a UFPR de tão rica história e presença. Que tem um dos melhores teatros do país, o Guaíra. E o mais bonito deles, o nosso Paiol de Pólvora, para instrução dos nossos piás e celebração das Mocinhas da Cidade... Que abriga o Paço Municipal, o Templo das Musas, a Casa da Estrela, o Palácio de Luz, a Casa Romário Martins, o Largo da Ordem e a Pedreira, o MuMa, o MON e o Museu Paranaense, o Templo Egípcio Rosacruz, a Ópera de Arame, a querida Igreja da Ordem, o Memorial dos 300 Anos, o Solar do Rosário, a Catedral Basílica.

Quanta riqueza cabe em Curitiba? Infinitas, neste exemplo de urbe moderna, histórica, civilizada e humana. Uma cidade que merece o parabéns de todos nós, a Luz dos Pinhais a nos inspirar e a nos obrigar a fazer sempre melhor.

Alegria em servir Curitiba, os curitibanos e, sobremaneira, os curitibinhas.

Por 325 vezes: Viva Curitiba!

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Rafael Greca de Macedo é prefeito de Curitiba.