Décadas de populismo legaram ao Brasil danos econômicos, culturais e éticos que, à primeira vista parecem irreversíveis, tamanha a indigência moral que contamina setores representativos da sociedade.
Com sua pretensão de deter o monopólio de todas as virtudes, militâncias organizadas, em torno do que chamam de “pautas progressistas”, ditam o que é verdade, o que é justo, o que é certo, o que é “inclusivo” e o que é politicamente correto.
E ai de quem contrariar a sua cartilha e o verborrágico novo moralismo dissimulado e de tom autoritário e fascistoide.
Um discurso baseado em raciocínios rasos, fortemente estruturado nos métodos diversionistas dos partidos de esquerda e consolidado no quase 14 anos de governo do PT, arraigou no país um forte ressentimento contra as chamadas elites, como se fosse pecado ganhar dinheiro, crescer, evoluir, buscar o sucesso e ser bem sucedido na vida. Elite, no palanque histérico dos militantes, tornou-se um ente abstrato formado por capitalistas exploradores, ricos insensíveis que encarnam todo o mal do mundo movidos pela ganância.
O mito Lula foi construído com base nesses métodos de construção de ressentimentos
Com a ajuda prestimosa de setores expressivos da inteligência nacional, da imprensa e de aduladores da academia, o legado de rancor deixado pelo PT e seus aliados talvez viceje ainda por muitos anos na sociedade brasileira.
O mito Lula foi construído com base nesses métodos de construção de ressentimentos. Não à toa, disse ele tempos atrás: “A elite brasileira não quer que eu seja candidato. Para isso, eles vão tentar me deixar inelegível”. A propósito, soa bizarra essa afirmação na boca de um homem rico, há muito tempo acostumado a viver do bom e do melhor.
Henry Hazlitt (1894-1993), filósofo libertário, economista e jornalista, em sua obra fundamental Economia em uma única lição, assevera: “Todo o evangelho de Karl Marx pode ser resumido em duas frases: Odeie o indivíduo mais bem-sucedido que você. Odeie qualquer pessoa que esteja em melhor situação do que a sua.” E ainda: “Se você jogar fora o materialismo dialético, o arcabouço hegeliano, os jargões técnicos, a análise ‘científica’ e todas as inúmeras palavras presunçosas, você ainda assim ficará com o núcleo do marxismo: o ódio e a inveja doentia do sucesso, que são a razão de ser de toda esta ideologia.” Ou seja, todo o aparato pseudocientífico não esconde o caráter maligno dessa ideologia que se propõe construir uma nova sociedade à custa da destruição de nossos valores.
Leia também: O lado bom da inveja (artigo de Gordon Marino, publicado em 7 de maio de 2018)
Rodrigo Constantino: A fuga da responsabilidade na era da vitimização (publicado em 6 de maio de 2018)
Vemos claramente hoje em nosso país que estes métodos foram e continuam sendo muito bem utilizadas por lideranças e partidos de ideologias utópicas – e sabemos perfeitamente aonde nos levam as utopias – para manipular as massas. Nessa cultura do atraso, do vitimismo e do coitadismo, parece que todo aquele que for bem sucedido o terá sido à custa da exploração do outro.
Não soubemos nos contrapor à atuação organizada e hegemônica dos defensores desse populismo tão corrosivo para as bases da sociedade. A esquerda sabe muito bem conduzir a guerra de informação e é competente nisso. As pessoas de bem precisam perder o medo de defender suas convicções. Ninguém deve sentir vergonha pelo que conquistou com suor e trabalho honesto. É necessário refutar com veemência a desonestidade intelectual desses grupos que, com seu oportunismo de praxe, inventaram uma tal “onda conservadora” que estaria incitando ódio contra as minorias e os excluídos.
Aquele que trabalha e produz riquezas deve ser respeitado pelo que faz. Coloquemos no centro de nossas preocupações a defesa do regime democrático para que as oportunidades de ascensão social sejam iguais para todos. Que cada um possa almejar ser elite. Este, sim, é um objetivo pelo qual devemos lutar.
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