Passados 100 anos da Revolução Russa, na gênese de um processo que resultou em regimes políticos e econômicos brutais, as lições da história de nada servem para as militâncias de extrema-esquerda do nosso tempo. A experiência socialista gerou dor, sofrimento, perseguições e a morte de milhões de pessoas assassinadas ou vítimas de grandes crises de fome, como na União Soviética de Stalin e no Camboja de Pol Pot, dois psicopatas típicos da ideologia marxista-leninista.
O marxismo, apesar da tenebrosa história de terror ainda tão viva na nossa memória, sobrevive em regimes decrépitos como na Coreia do Norte, Cuba e Laos (no Sudeste Asiático), e ainda fundamentou o surgimento do bolivarianismo que tantos males tem causado aos países latino-americanos onde encontrou espaço para vicejar. O exemplo mais trágico dessa receita é a Venezuela. Sob o comando de Maduro, o sucessor de Chávez, o país vive a supressão das liberdades, aparelhamento das instituições, perseguição aos opositores, desemprego em massa e inflação descontrolada.
Lamentavelmente, o mesmo espírito totalitário tornou-se hegemônico no ambiente cultural e acadêmico brasileiro. E ai daqueles que não compactuam com as utopias e verdades absolutas da militância, cada vez mais truculenta e autoritária. Vimos há pouco dois tristes episódios, ambos ocorridos na Universidade Estadual de Maringá (UEM), que refletem condutas comuns em qualquer universidade pública brasileira.
A extrema-esquerda autoritária vê ameaçado seu poder de se impor à maioria pelo medo e pela força
O primeiro desses episódios deu-se com a eleição de Heloísa Nascimento, uma jovem estudante de 17 anos, para a presidência do Diretório Central de Estudantes da instituição. De cabeça aberta e alma livre, Heloísa foi atacada por não ser esquerdista, sofrendo perseguições e ofensas por ser uma liberal com posições conservadoras, ser católica, contra o aborto, contra a legalização da maconha, a favor da pluralidade de ideias e do debate aberto, o bastante para ser qualificada de fascista pelos intolerantes. Eleita pela maioria dos estudantes, Heloísa desagradou uma minoria barulhenta e cheia de rancor com os que não comungam com sua ideologia.
Sim, eles são minoria, mas, quando se trata de combater os que consideram ameaças à sua hegemonia, reagem de maneira sórdida e covarde para destruir moralmente os que ousam discordar.
Outra vítima de patrulhamento ideológico, a professora Suelen Carvalho, do Departamento de História do câmpus de Ivaiporã, cometeu o crime de não seguir os mandamentos da cartilha esquerdista no exercício de sua função. Foi vítima de perseguição política e recebeu censura pública após um suspeitíssimo dossiê com reclamações de alunos circular pela universidade. Mais uma demonstração cruel da intolerância com os que pensam diferente, própria dos ativistas de mente totalitária, para quem os fins justificam os meios e que se consideram moralmente superiores, porém sempre prontos para perdoar todo e qualquer crime cometido em nome de um hipotético “bem coletivo”. Não à toa, a esquerda que entoa o “Fora Temer” é a mesma que silenciou diante da corrupção que assolou o país nos últimos anos.
Leia também: A universidade desejada pelos bárbaros (artigo de Rodrigo Jungmann, publicado em 7 de janeiro de 2017)
Tais episódios assustam porque mostram o quanto está contaminado o ambiente universitário no Brasil, mas também expõem a verdade incontestável de que a extrema-esquerda autoritária vê ameaçado seu poder de se impor à maioria pelo medo e pela força.
Na Universidade Federal do Paraná, esse movimento toma forma com o lançamento de uma chapa liberal formada por corajosos estudantes amantes da liberdade, dispostos a defender suas ideias num ambiente historicamente dominado pela UNE e partidos de esquerda. Estudantes e professores cansados de se submeter ao jugo dos extremistas pouco a pouco põem a cara para bater e vão com destemor à luta em prol de uma universidade verdadeiramente democrática e pluralista. Estes são alguns exemplos do que ocorre em todo o país. O jogo está virando e precisa virar.
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