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A notificação do primeiro caso suspeito de ebola no Brasil mostrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) está preparado para enfrentar os desafios que a situação exige. A resposta rápida e transparente do Brasil ao primeiro caso suspeito – notificado no dia 9 na Unidade de Pronto-Atendimento Brasília, em Cascavel, e posteriormente descartado – foi elogiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O reconhecimento do organismo internacional é resultado de uma ação articulada do Ministério da Saúde com as secretarias de Saúde do estado do Paraná e do município de Cascavel. Desde a notificação do caso suspeito, todas as equipes envolvidas se mostraram preparadas. Foram adotadas as medidas de isolamento do paciente, bem como para rastreamento e posterior monitoramento de todas as pessoas que tiveram contato com ele, com o objetivo de interromper uma possível cadeia de transmissão do vírus.

Mesmo com a avaliação de especialistas internacionais, que consideram muito baixo o risco de ocorrerem casos no Brasil, nos preparamos para enfrentar a situação. Dispomos de um Plano de Preparação e Resposta para Emergências de Saúde Pública, que vem sendo utilizado, na vida real, para o monitoramento dos grandes eventos de massa realizados em 2013 e 2014 e no atual momento. Ativamos nosso Centro de Operações de Emergências em Saúde em nível máximo para acompanhar a situação epidemiológica do ebola.

Seguindo orientação do Ministério da Saúde, todas as unidades da Federação definiram os hospitais de referência e os serviços do Samu que serão responsáveis pelo transporte e tratamento de um possível caso de ebola. Além disso, indicamos o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, como hospitais de referência nacional para tratamento de ebola, além do Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, no Pará, como laboratório de referência.

Para testar na prática as medidas adotadas, já realizamos duas simulações, no Aeroporto Internacional do Galeão e no Instituto de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, no Rio de Janeiro; e no Aeroporto de Guarulhos e Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Vale ressaltar que o período máximo de incubação da doença é de 21 dias. Isso significa que não há bloqueio capaz de identificar algum viajante que ainda não manifesta sintomas da doença.

O ebola é um desafio mundial e o governo brasileiro tem dado sua contribuição. Em agosto, o Ministério da Saúde anunciou a doação de R$ 1 milhão à OMS para fortalecer as ações contra a doença. Também doamos a três países (Serra Leoa, Guiné e Libéria) 14 kits compostos por 30 tipos de medicamentos, incluindo antibióticos e anti-inflamatórios, e 18 insumos para primeiros-socorros. Cada kit é suficiente para atender cerca de 500 pessoas por três meses. Na última semana, anunciamos a doação de mais dez kits. Também vamos fazer a doação de alimentos a esses três países.

O Brasil adotou todos os procedimentos necessários para a interrupção de uma possível cadeia de transmissão do vírus. Mesmo com o baixo risco de transmissão da doença, fortalecemos as nossas ações de vigilância e estamos em alerta para identificação de um possível caso suspeito de ebola no país.

Arthur Chioro é ministro da Saúde.

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