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A economia é a chave para a reeleição de Trump?

Presidente Donald Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. (Foto: Nicholas Kamm / AFP)

Em meio a rumores de impeachment, o presidente norte-americano, Donald Trump, começou oficialmente sua corrida à reeleição. Trump defende que "a América voltou a ser grande novamente" em seu governo, e que esta "é talvez a melhor economia que tivemos na história de nosso país". Alguns dados econômicos confirmam essa afirmação. O crescimento do PIB segue a projeção e a recuperação da economia é pulsante.

Uma economia mais forte deu cobertura ao Federal Reserve, no ano passado, para acelerar seu ritmo de aumento da taxa de juros. Antes de 2017, o Fed tinha aumentado as taxas apenas duas vezes ao longo de dois anos e este ano deve baixar a taxa, brevemente, e com isto manter o ritmo de crescimento.

O fortalecimento do mercado de trabalho é outro fator incontestável alcançado na gestão Trump. À medida que a economia se aproxima do pleno emprego e os salários seguem aumentando, os efeitos desse novo cenário geraram aumento do consumo e da produtividade nos Estados Unidos, que registraram a taxa de desemprego mais baixa em quase meio século. Em abril, a desocupação ficou em 3,6%, após a criação de 263 mil novos postos de trabalho em maio.

Os resultados econômicos da gestão Trump favoreceram também o mercado para iniciativas estrangeiras se posicionarem nos EUA

A expansão econômica dos Estados Unidos é o grande argumento da campanha. O último dado trimestral do PIB americano, 3,2%, surpreendeu os analistas e foi motivo de grande celebração para o republicano. A diminuição dos impostos (de 35% para 21%) para as corporações americanas também é um ponto alto. Em suma, Trump começou seu governo atraindo empresas de volta aos EUA, aumentando a geração de empregos, o consumo e o PIB. O resultado foi o aumento do poder de compra e melhora na qualidade de vida dos americanos, fatores que devem pesar muito mais do que a consonância ideológica com Trump na hora de votar.

Os resultados econômicos da gestão Trump favoreceram também o mercado para iniciativas estrangeiras se posicionarem nos EUA. Dados do Mapa Bilateral de Investimentos Brasil-EUA, desenvolvido pela Apex-Brasil em parceria com o Brazil-US Business Council e a Amcham Brasil, mostram que os Estados Unidos foram a segunda maior origem das importações brasileiras, totalizando US$ 25,1 bilhões em 2017. Do ponto de vista americano, o Brasil foi o 12.º maior mercado de destino de suas exportações, com 2,08% do total, e foi o 17.º maior fornecedor de bens e serviços importados nos EUA em 2017, com 1,2% do total.

É cada vez maior o número de empresários brasileiros que apostam no mercado americano para proteger seus patrimônios e garantir seus investimentos. Somente neste ano, detectamos um aumento de 25% na procura por internacionalização de negócios brasileiros nos EUA. O mesmo acontece com empresários do mundo todo, o que nos remete ao indício de que a economia americana segue mostrando solidez e confiabilidade.

A entrada de investimentos brasileiros nos EUA, além dos motivos óbvios mencionados acima, traz consigo o fortalecimento das empresas e empreendedores por terem uma moeda forte em seu portfólio e proporcionar um processo educativo sobre como funciona um país de real livre iniciativa.

O Mapa Bilateral de Investimentos Brasil/USA 2019 mostra também que o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) brasileiro nos Estados Unidos cresceu 356% entre 2008, quando era de US$ 9,3 bilhões, para US$ 42,8 bilhões em 2017. Trump deve usar todos esses fatores econômicos como força central na campanha de reeleição.

O que a política americana pode esperar para os próximos meses é uma acirrada disputa entre ideologia e números reais. As vantagens do cenário econômico são indiscutíveis, mas existem pontos de vulnerabilidade a serem trabalhados. Apesar de a economia ser o ponto forte da reeleição de Trump, o presidente não é visto como um dos mais populares. Existe muito trabalho a ser feito.

Carlo Barbieri, analista político e economista, é presidente do Grupo Oxford, empresa de consultoria brasileira nos EUA.

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