Educação, desenvolvimento e formação de lideranças devem caminhar juntos.
A educação é, a um tempo, condição e resultado do processo de desenvolvimento. O acesso à educação e a oferta de novas oportunidades educacionais sempre foram e continuam sendo a melhor maneira de construir uma sociedade mais democrática e com menos exclusão social. O crescimento da taxa de inclusão educacional abre o caminho para o correspondente aumento da taxa de inclusão econômica e social.
Ao fundamentar a importância da educação e iniciar a obra marista, em 2 de janeiro de 1817, São Marcelino Champagnat teve muito clara a missão das escolas que fundou. Sua preocupação era dupla: com a instrução e com a educação integral das crianças e jovens. Insistia que é essencial formar bons cristãos e virtuosos cidadãos. A PUCPR e a PUCRS, sendo instituições maristas, zelam pela qualidade das relações interpessoais dos membros da comunidade universitária e pela formação completa dos seus estudantes.
Educação integral significa formar profissionais competentes, cidadãos participativos e solidários e gente de caráter, o que implica formar pessoas de bons sentimentos, inclusive religiosos. Assim, a educação integral inclui formar a cabeça para pensar corretamente, as mãos para o trabalho solidário e o coração para o relacionamento filial com Deus e fraterno com os semelhantes. É essencial que os acadêmicos aprendam, com seus mestres e dirigentes, lições de ciência e também lições de vida.
Champagnat dizia que cultivar o coração dos jovens é corrigir-lhes vícios, limitações e defeitos. Trata-se de um trabalho longo, de todos os dias.
Formar o coração é fazer germinar e crescer as boas disposições. É adorná-lo de virtudes. Isto se consegue ensinando aos educandos bons princípios. Amar o aluno é dedicar-se totalmente à sua educação e empregar todos os recursos disponíveis por um zelo criativo.
O diálogo franco e sincero, a maneira humana e cordial de se relacionar, o incentivo aos alunos e funcionários para crescerem e se realizarem como cidadãos responsáveis são fatores que se sobressaem no agir dos professores, técnicos e gestores. Se realizados de forma integrada, projetos sociais e programas comunitários contribuem para a formação de lideranças solidárias e para a melhoria de vida das pessoas e da sociedade.
Portanto, nosso compromisso é com a educação integral, a preparação de lideranças e com o cristianismo. Tudo é feito com esforço para concretizar o ideal de Champagnat. Formar bons cristãos, virtuosos cidadãos e competentes profissionais resume o sentido de vida de São Marcelino e a atuação de seus seguidores. Para isso, é necessário cultivar tanto a ciência quanto a fé.
Há 21 anos, precisamente em 6 de agosto de 1985, a Sagrada Congregação para a Educação Católica, órgão da Santa Sé, no Vaticano, outorgou à Universidade Católica do Paraná o título de Pontifícia. Assumimos a distinção exercendo, além dos fins comuns de todas as universidades, uma presença católica com seriedade ainda maior no mundo da cultura e na comunidade estadual e nacional. Ao mesmo tempo, nos aproximamos mais dos compromissos, critérios e orientações da Igreja. Por isso, ao passar a ter vinculação internacional, sob a égide do Pontífice Romano, a responsabilidade, a atuação e o desenvolvimento da instituição cresceram não só para os dirigentes e mantenedores maristas, mas também para os docentes, estudantes e colaboradores.
Clemente Ivo Juliatto é reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e integrante da Academia Paranaense de Letras.
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